Agricultura | Com Agrolink | 05/05/2020 08h58

A importância da rotação de agrotóxicos nas plantações

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Foto: Marcel Oliveira

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Utilizar agrotóxicos dentro de um sistema de produção integrada requer alguns cuidados para que aconteça de forma sustentável. Um dos principais problemas relacionados ao uso é a resistência de insetos, fungos, ácaros e plantas daninhas aos produtos fitossanitários usados no controle.

O pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Caçador (SC), Juracy Lins, reforça que a resistência surge do uso incorreto. “Às vezes por falta de informação o produtor utiliza um inseticida para controlar uma praga durante todo o ciclo da planta e nas safras seguintes. Isso seleciona insetos resistentes e num curto período a população desses insetos cresce, porque o produto já não controla mais”, explica.

Como consequência deste manejo inadequado há exigência de aplicação mais frequente de produtos, uso de dosagens acima do recomendado no rótulo ou bula, uso indevido de misturas e mudança de produto para outro mais caro ou mais tóxico na tentativa de obter controle satisfatório. Essas medidas além de não serem efetivas para o controle da praga resistente podem causar problemas ambientais como eliminação da fauna benéfica de inimigos naturais das pragas e polinizadores e aumentar níveis de resíduos nos alimentos acima do permitido por lei, defende o pesquisador.

Para minimizar este problema Lins recomenda o manejo de resistência: “ a forma mais eficaz de controlar pragas e plantas resistentes é fazer a rotação dos defensivos utilizando dois ou mais produtos, com modos de ação diferentes. O modo de ação está relacionado ao alvo biológico que aquela molécula vai atuar”.

Ele dá um exemplo para compreender melhor: em caso de infestação na lagarta no tomate - eu uso um produto contra o sistema nervoso dela, outro sobre o intestino e o terceiro a pele do inseto. Depois de constatar a presença da praga no cultivo eu aplico o inseticida A. Uma semana depois aplico o B e na semana seguinte eu aplico o inseticida C. Caso a praga prossiga eu repito o ciclo de aplicação. No longo prazo é muito improvável que a lagarta adquira resistência.