Agricultura Familiar | Com Portal do Governo de MS | 22/07/2017 10h19

Agraer busca incentivar sucessão rural com assistência e acompanhamento

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A força dos pequenos agricultores e o amor que os ligam à terra viabilizam a sucessão familiar no interior do Estado. Um bom exemplo disso está no sítio do agricultor familiar Manoel Graciano, 66 anos de idade, que é um produtor tradicional do município de Angélica, casado há 46 anos com Maria Luz Graciano, de 63 anos de idade.

Com muito amor pelo campo e pela família, os dois criaram juntos os quatro filhos na pequena propriedade rural, no Bairro São João, através do cultivo de alimentos e revenda na zona urbana de Angélica. Contudo, o tempo passou e como em muitas famílias agrícolas, o casal viu de pouco em pouco, os filhos saindo da zona rural em busca de trabalho na cidade, como é a regra nos dias atuais.

Entretanto, há na sabedoria popular a frase “o bom filho a casa torna”, e na família Graciano o retorno foi definitivo para um dos filhos, Cleber, de 38 anos de idade. “Tivemos uma grata surpresa, quando há três anos e meio recebemos a notícia de que nosso filho Cleber que, na época, residia na grande São Paulo, pretendia retornar com a família recém-formada. Foi uma alegria imensa para gente que já está de idade e todo pai e mãe gosta de ver a família reunida né”, afirmou o agricultor.

Atualmente, Cleber e a esposa, Jane dos Santos, 33 anos de idade, seguem os passos do outro casal de agricultores, Manoel e Maria. Os dois trabalham com olericultura, possuindo uma horta tradicional de um hectare com produção diversificada. “Temos o cultivo de pelo menos 25 tipos diferentes de verduras e legumes”, contabiliza o jovem agricultor. Se no passado Cleber deixou a vida pacata do campo em busca de oportunidades na cidade grande, hoje ele viu em sua terra natal maiores chances para tirar o sustento familiar sem, no entanto, sacrificar a qualidade de vida.

Tanto que Cleber deixou a profissão de extrusor em uma fábrica de bobinas plásticas e retornou para o sítio dos pais. “Junto com minha esposa optei em voltar para cá e criarmos os nossos três filhos pequenos. O meio rural tem mais tranquilidade para as crianças e a proximidade com a família também conta”, pontua.

O ciclo do êxodo rural que muitas das vezes deixa gargalos no campo só pode ser combatido com a dedicação das famílias agrícolas e o apoio de entidades comprometidas com os serviços de Ater – Assistência Técnica e Extensão Rural -, conforme destaca o engenheiro da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), George Pereira. “Pai e filho são agricultores familiares dedicados à profissão e poder participar dessa história de vida através da assistência técnica é muito gratificante”.

A proximidade entre técnico e agricultores é tão grande que George Pereira, que também é coordenador do escritório da Agraer de Angélica, recebeu um convite especial da família. “Irei batizar o filho mais novo de Cleber, serei padrinho”, conta.

E enquanto o batizado não acontece, o técnico e os agricultores não param de cuidar da plantação. “A produção da família Graciano é reconhecida na região pela qualidade e sua comercialização é realizada através da venda direta ao consumidor de Angélica e região. Há também as compras governamentais, através de projetos elaborados pela Agraer, tais com: PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] e PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar], além da venda para os restaurantes, das usinas sucroalcooleiras locais, e lanchonetes e outros restaurantes da cidade”, lista o engenheiro agrônomo.

E do que depender da família de agricultores a aliança feita com a Agraer só tende a prosperar cada dia mais. “A Agraer nos acompanha desde o início, nos apoiando tanto na diversificação das vendas como na elaboração de projetos para entrega dos alimentos na merenda escolar, PNAE, e para famílias carentes, PAA, quanto na assistência técnica realizada nas visitas ao sítio”, garante Cleber.

Para a Agraer, que atende 31 mil famílias nos 79 municípios do Mato Grosso do Sul, histórias como essa são a prova de que os serviços de Ater podem fixar o homem no campo e contribuir com a sucessão familiar. Trabalho que garante a oferta de alimentos nas gôndolas do mercado, a renda nas pequenas propriedades e a satisfação do homem e da mulher do campo.“A população rural vem diminuindo nas últimas décadas se comparada à população urbana, e famílias como esta mostram que há uma combinação que pode dar certo:a vontade do homem do campo de viver da terra e bons atendimentos de Ater à agricultura familiar. Acredito que essa junção tem futuro e poderá produzir ainda mais que os atuais 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira”, justifica George Pereira.

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