Ciência | Da Redação/Com Correio do Estado | 05/01/2016 17h03

Cometa Catalina poderá ser visto nesta madrugada

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Este mês, é possível ver passar o cometa Catalina, também conhecido pelo nome menos atraente de C/2013 US10, quase a olho nu. Mas não é um cometa qualquer: o Catalina só passa por aqui uma vez, para nunca mais voltar a esta parte do Sistema Solar.
O Catalina costumava estar na nuvem de Oort, que rodeia o Sistema Solar a um ano luz de distância (para comparar, a luz do Sol demora oito minutos a chegar à Terra, mas um ano a chegar à fronteira da nuvem de Oort), mas foi um "empurrão gravitacional", uma interação com uma estrela próxima, que o enviou para a nossa vizinhança pela primeira e última vez.
O cometa começou a tornar-se visível em novembro, mas é agora, em janeiro, que é mais fácil de ver. O Observatório Astronômico de Lisboa (OAL), no seu guia para o céu noturno em janeiro, explica que é com dificuldade que se vê o Catalina a olho nu, mas também não é preciso telescópio: o cometa pode ser observado com binóculos.
"Aparecerá no horizonte nordeste de madrugada pelas 3 horas", indica o guia do OAL, "na constelação do Boieiro, deslocando-se no final do mês para a constelação da Girafa perto da constelação da Ursa Menor, onde será visível cada vez mais cedo ao crepúsculo vespertino".
É a velocidade do cometa, que já foi medida por vários observatórios desde que foi descoberto, em 2013, pelo Catalina Sky Survey, que nos permite saber que a sua viagem pelo Sistema Solar interior só acontece uma vez. O Catalina vem tão depressa que vai escapar à atração gravitacional do Sol, e viajar para lá dele para se perder no espaço profundo.
Cometa novo pode permitir conhecer melhor o Sistema Solar
O Catalina é um tesouro para investigadores astronómicos porque é a primeira vez que sai da nuvem de Oort. Ainda não tem a "cauda" que costuma caracterizar os cometas, porque os materiais voláteis que a compõem - água, monóxido e dióxido de carbono, entre outros - ainda estão armazenados no seu núcleo e só vão soltar-se à medida que o cometa se aproxima do Sol.
Isto significa que o cometa traz materiais inalterados vindos da nuvem de Oort, permitindo saber mais sobre essa estrutura gigante e distante, que nunca foi visitada por nenhuma sonda - mesmo as sondas Voyager, os objetos fabricados pelo Homem que mais longe se encontram da Terra, ainda não a alcançaram.

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