Governo tenta impedir prejuízo pela redução da compra de gás boliviano
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse que poderá recorrer ao presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), para que Mato Grosso do Sul não seja prejudicado pela decisão da Petrobras de reduzir drasticamente a compra do gás boliviano, cuja medida vem impactando as finanças do Estado e municípios.
Azambuja esteve na segunda-feira em Corumbá para tratar desta questão com as autoridades bolivianas, mas a reunião foi adiada.
“A Petrobras, inexplicavelmente, reduziu o bombeamento do gás da Bolívia nos últimos anos de 30 milhões de metros cúbicos para 11 milhões de metros cúbicos, talvez por uma estratégia de mercado, mas não podemos aceitar uma medida que traga prejuízos ao nosso Estado”, disse o governador, que já pediu uma audiência com o presidente da estatal, Pedro Parente, para cobrar uma explicação e formalizar o posicionamento do seu governo.
Reinaldo Azambuja adiantou que levará, no encontro com o presidente da Petrobras, representantes dos principais segmentos do Estado, como a Fiems, Famasul, Faems, Fecomércio e Assomasul, além dos senadores e deputados que compõem a bancada federal. Adiantou que deverá se reunir também com o presidente Michel Temer para expor os prejuízos que a decisão da Petrobras tem causado a Mato Grosso do Sul.
“É um direito nosso, da sociedade sul-mato-grossense, mantermos a receita para que possamos cumprir as obrigações do governo e atender aos municípios”, ponderou. “A Petrobras não pode tirar essa receita do nosso Estado, num momento de crise e recessão, e queremos ouvi-la para tomada de uma posição, que não será do governo, mas da sociedade”, completou.
Compra direta
O governador enfatizou que o governo estadual quer saber qual a política da Petrobras em relação ao gás boliviano. E acrescentou, durante entrevista, que o governo também discute algumas alternativas para atenuar o impacto financeiro da redução da cota do gás boliviano contratada pela Petrobras até 2019.
Reinaldo adiantou que se estuda uma compra direta do gás pela MSGás e empresas similares de outros estados, como tentativa de recuperar a receita. Ele disse que se permanecer a projeção da Petrobras de redução do bombeamento, a arrecadação do ICM do gás, que já foi de 18% do total da receita até 2014, cairá para 4% em 2017. Hoje representa uma queda de receita no valor de R$ 700 milhões.
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