Tilabras prevê investir U$ 200 milhões e gerar 2,7 mil em Selvíria
O projeto de piscicultura que a Tilabras começa a implantar neste ano no município de Selvíria compreende investimento estimado de U$ 200 milhões, geração de até 2,7 mil empregos e vai reposicionar Mato Grosso do Sul no mapa nacional da produção de peixes, passando a figurar entre os primeiros colocados. Os detalhes do empreendimento foram mostrados ao governador Reinaldo Azambuja e aos secretários de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, e da Fazenda, Marcio Monteiro, pelo presidente da Tilabras, Nicolas Landolt, e pelo diretor financeiro Rinaldo Pereira, nesta quarta-feira (21.6) na Governadoria.
Para o secretário Jaime Verruck, esse é passo firme do governo no sentido de diversificar a produção no Estado. “O projeto Tilabras permite um redimensionamento estratégico do Estado em relação a sua importância nacional quanto à produção de peixe. Esse é um ponto fundamental. O segundo é essa nova atividade. Já temos uma atuação forte do grupo, eles já conhecem Mato Grosso do Sul, mas com esse novo projeto, dada a dimensão com que ele vai se colocar, haverá um reposicionamento. O Estado passará a ser um dos primeiros do país na produção de tilápia”, ponderou.
Tanques-rede
A criação de peixes se dará em tanques-rede instalados no lago da usina de Jupiá, no rio Paraná. A empresa conseguiu outorga onerosa do Ministério da Agricultura para explorar o potencial hídrico da região por 30 anos. Os primeiros tanques para teste começam a ser instalados em setembro; até 2023, quando a quarta e última fase do projeto se completa, o lago estará abrigando 545 hectares de tanques-rede e a produção de tilápias atingirá 100 mil toneladas ao ano.
Na fase inicial do projeto, que já começou, está prevista a construção do frigorífico que deve começar a operar em dezembro de 2018 com capacidade de processamento de 10 mil toneladas de peixe/ano. Nessa fase serão construídas, ainda, uma unidade de processamento de peixe para fazer farinha e óleo, uma fábrica de gaiolas e manutenção e uma unidade de limpeza de água, disse Landolt.
O presidente da empresa conta que para definir a localização do projeto foi desenvolvido um amplo estudo. “Tivemos um trabalho inicial há três anos, analisamos mais de 1,9 mil localidades no Brasil, escolhemos essa localidade pela qualidade da água, temperatura, oxigênio, a possibilidade de trabalhar com um Estado sério, logística adequada, temos trem na região, temos gás, temos energia, a 800 quilômetros temos o porto de Santos, temos frigoríficos na região que podem nos fornecer produtos para ração dos peixes como farinha de sangue e grãos”.
A intenção inicial é destinar 100% da produção para o mercado nacional e, gradativamente, ir incrementando as exportações. Mas a sinalização futura do negócio é muito positiva, avalia Jaime Verruck. “Esse é um primeiro projeto, a gente entende que com essa entrada da Tilabras, a consolidação da tecnologia, o conhecimento, nós vamos conseguir colocar Mato Grosso do Sul como uma opção para outras empresas na área da piscicultura.”
Integração
Há, ainda, a intenção de agregar os pequenos produtores da região por meio de cooperativas para o fornecimento de peixes ao frigorífico. A empresa acredita que possa reservar até 30% da capacidade de processamento para produção terceirizada, o que deixou o secretário entusiasmado. “Para nós é fundamental o desenvolvimento da piscicultura com a inserção do pequeno. Para isso nós já avançamos no licenciamento ambiental para tanque escavado, até cinco ha pode ser através de uma declaração. Estamos licitando máquinas para que a gente possa apoiar esse pequeno produtor na escavação do tanque. Mas o fundamental é a tecnologia e o conhecimento, e essas empresas podem trazer o que precisamos e se tornar um sistema integrado, como já se faz hoje na suinocultura e avicultura. Esse é o caminho que o governo do Estado está fazendo.”
A Tilabras é uma das empresas da Axial Holding, grupo que controla também a Mar&Terra de Itaporã, onde produz tambaqui, pintado, pirarucu e tilápias. Jaime Verruck também destacou a importância do incentivo fiscal garantido pelo Estado para viabilizar o empreendimento e o apoio que o governo tem dado à Prefeitura de Selvíria para absorver o impacto local. “Nós temos que lembrar que, para o município de Selvíria, a Tilabras será o que é a Fibria para Três Lagoas. Estamos dando todo apoio à empresa e à prefeitura porque vai mudar muito a realidade regional. E o foco principal, na verdade, é o emprego. Vamos trabalhar na busca da qualificação dessas pessoas. No final chega a 2.700 empregos, isso para um município de 7 mil habitantes.”
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