Entrevistas | Roberto Abib | 20/01/2012 13h40

Daniela Guiotti

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Daniela Guiotti

Nascida em 1976 na cidade paulista de São José do Rio Preto, a Promotora de Justiça Daniela Cristina Guiotti, que reside há 4 anos no município de Aparecida do Taboado, fala a nossa reportagem sobre a atuação do Ministério Público e o trabalho desenvolvido em Aparecida do Taboado.

 

Quando optou pela carreira de promotora de justiça?

Daniela Guiotti - Em Franca – SP, no terceiro ano de faculdade, quando passei num concurso de estagiária do Ministério Público do Estado de São Paulo.  Naquela ocasião,  comecei a verificar de perto a atuação do Promotor de Justiça e me apaixonei pela profissão. A partir deste momento, percebi que tinha uma afinidade com as áreas de atuação do Promotor de Justiça e passei a me dedicar aos estudos relativos a tais matérias. Quando terminei a faculdade de direito, continuei a estudar com afinco as matérias relativas à atuação do Promotor de Justiça, logrando êxito na aprovação no concurso no ano de 2003.

E quando começou a exercer a sua carreira?

 

D.G- Assumi o cargo de Promotora de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul em junho de 2003. Inicialmente, atuei como Promotora de Justiça substituta na Capital, sendo que em seguida fui designada para a Comarca de Porto Murtinho, local em que permaneci por três meses. Naquele mesmo ano fui promovida a Promotora titular da Promotoria de Justiça de Brasilândia.  Em fevereiro de 2004 fui promovida para a Promotoria de Justiça de Fátima do Sul, onde permaneci até março de 2008. Em razão da criação da 2ª Promotoria de Justiça na Comarca de Aparecida do Taboado, pedi remoção a esta Comarca e aqui me encontro até hoje.

 

Quais são as atribuições de um Promotor nos municípios do interior?

 

D.G- A atribuição do promotor de justiça nos Municípios do interior é bastante intensa, já que ele atua em diversas áreas. Inicialmente, nas comarcas de primeira entrância, o Promotor tem atribuição para atuar em todas as áreas, processuais e extraprocessuais. É, ao mesmo tempo, Promotor do Meio Ambiente, Cidadania, Consumidor, Patrimônio Público, Infância e Juventude, entre outras. Quando ingressa em segunda entrância, passa a dividir atribuições com outros Promotores, especializando e otimizando o trabalho.  Nas comarcas de entrância especial, a atribuição do Promotor passa a ser ainda mais especializada, já que há grande divisão de trabalho e de áreas de atuação.

 

 Quais são suas atribuições aqui em Aparecida do Taboado?

 

D.G – Tenho atribuição de atuar em todos os processos da 2º Vara judicial de Aparecida do Taboado. É atribuição, ainda, da 2ª Promotoria de Justiça, a atuação nas seguintes áreas: Infância e Juventude, Meio Ambiente, Cidadania, Idoso e Portadores de Deficiência. As demais matérias ficam a cargo do Promotor de Justiça da 1ª Promotoria. São elas: patrimônio público, consumidor e acidentados do trabalho.

A Senhora que trabalha com questões sociais como infância e Juventude, Idosos e Portador de deficiência. Tem existido um respeito por essas pessoas ou ainda são alvos de violência e repressão?

D.G -  A questão da violência existe em âmbito nacional; não é um assunto peculiar de Aparecida do Taboado. No entanto, a violência está ligada ao consumo de álcool e drogas.  Na Comarca, verifica-se um grande número de usuários de drogas e, consequentemente, de traficantes. A Polícia tem feito um belíssimo trabalho na repressão de tal crime, porém entendo que a comunidade também deve se envolver. Tal assunto deve ser sempre debatido nas escolas e na sociedade, já que somente com a mudança de comportamento das pessoas, com saúde, educação e trabalho é que conseguiremos coibir tais crimes.

A maior incidência na Comarca é de crimes contra o patrimônio. A motivação, na maioria das vezes, é o consumo de drogas. Acredito que toda a sociedade deve colaborar com a Justiça na medida em que os pais devem fiscalizar efetivamente a conduta dos filhos, participar da vida escolar e colaborar para o seu crescimento sadio. Sabemos que a criminalidade se vale de menores para a prática de delitos. Assim, todos devemos fazer a nossa parte, começando em casa.

Por outro lado, o poder público tem que oferecer condições. É preciso que a Municipalidade se volte para o jovem, com a criação de projetos de profissionalização, ainda inexistentes no Município. As empresas, de outro lado, deve possibilitar o ingresso de menores no mercado de trabalho, como aprendizes.

 

 Como tem visto o desenvolvimento do Estado e especificamente de Aparecida do Taboado?

D.G - Eu penso que o Estado de Mato Grosso do Sul é um Estado em expansão em todos os setores e tem muito ainda a crescer.  No entanto, o crescimento deve ser organizado, com investimento do poder público em todos os setores da sociedade, ou seja, saúde, educação, segurança, trabalho, moradia, a fim de que não sejamos vítimas do desenvolvimento. Sabemos que o crescimento desordenado traz inúmeros problemas, como falta de atendimento à saúde, falta de vagas em escolas, criminalidade, etc.

 

E como a senhora define o povo aparecidense?

D.G - Os aparecidenses são pessoas receptivas, de ótimo convívio. São pessoas que merecem respeito e sabem exigir que seus direitos sejam respeitados.  

 

 

 

 

 

 

 

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