Entrevistas | Da redação/com Júlia de Freitas | 15/08/2014 16h20

Jorge Diogo

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Jorge Diogo

Jorge Diogo é prefeito do município de Brasilândia e falou sobre as expectativas e demandas da região em relação ao futuro governador do Mato Grosso do Sul.

 

Bolsão MS - Hoje, quais as principais demandas da região do Bolsão? E da cidade de Brasilândia?

Prefeito - O grande desafio das cidades do Bolsão Sul-mato-grossense é a geração de emprego e renda. Nossa região experimenta uma grande transformação socioeconômica. Até pouco tempo, os municípios contavam exclusivamente com a pecuária. Hoje, nossa realidade é outra, havendo um grande êxodo rural e migração de outras regiões em busca de trabalho e os municípios precisam acompanhar as demandas com investimentos em infraestrutura e mobilidade urbana no mesmo ritmo que o setor privado faz seus investimentos. Atrelado a isso, também necessitamos de investimentos sociais, como saúde, educação, transporte, lazer e segurança.

À medida que os centros urbanos crescem, também em ritmo acelerado, crescem os problemas sociais, e assim não há orçamento e recursos financeiros por parte dos municípios para fazer frente às carências citadas.

Em Brasilândia, a coisa não é diferente, com a queda de arrecadação que estamos enfrentando, os recursos não são suficientes para atender todas as demandas e temos recorrido em todas as esferas governamentais em busca de emendas, financiamentos, visando suprir as necessidades, mas infelizmente quando se consegue alguns recursos extraorçamentários, estes são lentos, demoram em se materializar, estamos elegendo prioridades e visando a coletividade.


Bolsão MS - O próximo governador de Mato Grosso do Sul deve priorizar investimentos em quais áreas na região do Bolsão?

Prefeito - O grande clamor do Brasil, hoje, é o atendimento à saúde, e em segundo plano o saneamento básico. No Bolsão, entendemos que precisamos regionalizar a saúde, é inconcebível que casos de saúde mais complexos ainda sejam tratados em Campo Grande. É um vai e vem de ambulâncias interminável, que encarece muito, dificulta o tratamento com as demoras no atendimento, além dos riscos nas longas viagens. Precisamos de tratamento de nossos pacientes o mais próximo possível e acredito que o próximo governador cuidará desse detalhe.

Outro fator de suma importância é o problema do saneamento básico, água tratada, coleta e tratamento de esgoto e o fim dos lixões, cujos prazos de acabar com os mesmos já ocorreram, porém, muito pouco foi feito até agora. É comum o Ministério Público acionar prefeito e prefeituras na Justiça quanto ao problema de lixões. Mas o que fazer? As arrecadações cada vez menores e os compromissos cada vez maiores. Recursos da União existem, porém, em longo prazo. O próximo governador terá um árduo trabalho para minimizar os problemas enfocados.

Bolsão MS - Como tem sido a relação do Executivo Municipal com a os deputados estaduais, federais e senadores? O que esperar para a próxima gestão?

Prefeito - Nosso relacionamento político e de trabalho tem sido o melhor possível com todos os parlamentares, respeitamos todos e temos sido respeitados independentemente de partidos políticos. Vários deles de partidos diferentes do nosso, têm nos atendido com emendas parlamentares, além de atendimento VIP quando visitamos seus gabinetes, tanto em Campo Grande como em Brasília. Somos muito francos e acreditamos que para a próxima gestão não será diferente, há espaços para todos e precisa ser assim, afinal, no estado democrático e de direito, partido é fundamental para a legalidade de ser gestor, porém, o objetivo principal é o povo.


Bolsão MS - Três Lagoas é uma das cidades que mais se desenvolve no Estado. Como levar esse desenvolvimento para as demais cidades do Bolsão, já que ele não é homogêneo na região?

Prefeito - O desenvolvimento de Três Lagoas é inegável e reconhecidamente como a capital mundial da celulose e que tem agregado outras tantas indústrias. A logística de Três Lagoas é extremamente favorável. Acreditamos que no caso específico de Brasilândia, que também por questão de logísticas, a fábrica de nitrogenados da Petrobras quando estiver operando, logicamente virão tantas outras empresas de formulação e nós nos preparamos. Criamos um polo industrial e temos a oferecer a interessados 150 lotes de vários tamanhos à disposição de empresários que queiram aqui se instalar. O município, como os demais, também oferece incentivos, como disponibilização da área, serviços de terraplanagem, isenção de ISS, IPTU, enfim, todo aparato possível para facilitar o empreendimento.

Bolsão MS - Falta integração entre esses municípios? Como o novo Governo pode ajudar nessa integração?

Prefeito - Os municípios de certa forma já estão integrados através da Assomasul. Além de encontros para formação de territórios da cidadania e, no caso de Brasilândia, a participação no Território do Vale do Ivinhema que congrega 10 municípios, cujo objetivo é trabalhar e buscar soluções para todos, numa modesta comparação, como se fosse um pequeno Estado dentro do nosso próprio Estado. Assim fica mais fácil pleitear em qualquer âmbito recursos para aquele Território.

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