Ociosidade na indústria continua em queda, informa pesquisa da CNI
A atividade industrial de agosto chegou a 69% da utilização da capacidade instalada, 1 ponto percentual a mais que em julho, indicando um movimento de queda na ociosidade na indústria. É o maior valor para o mês registrado nos últimos três anos (2015-2017), informa a pesquisaSondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira, 24 de setembro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A pesquisa indica ainda crescimento da produção industrial em agosto. O índice de evolução da produção ficou em 54,1 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, mostrando aumento da produção. O índice das grandes empresas alcançou 55,4 pontos, acima do total da indústria, mas inferior ao registrado para empresas de grande porte em 2017 (57,5 pontos) e entre 2010 e 2012 (entre 56,5 e 57,2 pontos).
Apesar da queda na ociosidade, a recuperação da indústria segue em marcha lenta, com percentual ainda abaixo da média do mês para o período entre 2011 e 2014. “Houve um aumento da atividade, que é comum nesse período de final de ano, mas ele foi menos forte do que em outros anos, quando registramos uma atividade industrial mais robusta”, analisa o economista da CNI Marcelo Azevedo.
O emprego no setor continua caindo, embora a queda tenha sido mais suave do que no mês anterior. O índice de evolução do número de empregados aumentou de 48,5 para 49,1 pontos em agosto, ficando abaixo da linha de 50 pontos, que separa a queda do aumento do emprego. Há, entretanto, uma expectativa de estabilidade para o emprego nos próximos seis meses, aponta a pesquisa.
A Sondagem Industrial também mostrou um acúmulo indesejado nos estoques, que ficaram acima do planejado em agosto. É o segundo mês de aumento consecutivo do estoque indesejado em um período de atividade que deveria ser normalmente um pouco mais forte. “O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 51,2 pontos, acumulando 0,8 ponto de crescimento nos últimos dois meses”, diz o texto.
A pesquisa também mostra uma reavaliação das expectativas. Houve uma redução do otimismo em relação à demanda, às vendas ao exterior e à compra de matérias-primas. “A redução do otimismo está relacionada com a frustração da demanda que pode ser percebida pelo acúmulo indesejado nos estoques. Além disso, o aumento da incerteza também pode ter afetado o ânimo dos empresários”, analisa Marcelo Azevedo. Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 13 de setembro com 2.240 empresas. Dessas, 921 são pequenas, 812 são médias e 507 são de grande porte.
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