Negócios | Com Exame.com | 29/10/2016 10h42

Para o GPA, está cedo para falar de retomada da economia

Compartilhe:

O presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Ronaldo Labrudi, afirmou ontem, em teleconferência com analistas, que a varejista ainda não vê a melhora no fluxo de clientes em seus negócios.

“Ainda está cedo para falar em retomada da economia”, disse ele, motivo pelo qual a austeridade segue como a palavra de ordem. “Continuamos confiantes, mas cautelosos”.

O grupo teve, no terceiro trimestre, uma receita líquida total de R$ 15,1 bilhões, impulsionada pelo crescimento das vendas totais em 45,7%, novas lojas e contribuição do Assaí.

No período, no entanto, o prejuízo do grupo quase duplicou de tamanho e atingiu 308 milhões de reais.

“Seguimos com a busca constante de redução de despesas e simplificação de processos e em outubro uma reduzimos algumas áreas administrativas do grupo com esse fim”, disse Labrudi.

Mesmo com a abertura de 40 lojas nos últimos doze meses, o GPA dispensou 7.000 pessoas no seu quadro de funcionários.

Boa parte desses cortes foram decorrentes das transformações de hipermercados Extra em lojas Assaí, modelo que vem ganhando cada vez mais relevância pro grupo como um todo.

Na teleconferência, os presidentes das marcas explicaram que não serão todas as lojas Extras que passaram pela modificação, apenas as que “fizerem sentido comercial”.

Nas unidades mantidas, modificações operacionais, como ajustes de portfólio e de turnos de atendentes, estão sendo feitas “sem prejudicar a qualidade da relação com os clientes”.

Outro ponto comentado foi a integração da CNova com a Via Varejo, que devem gerar sinergias de R$ 245 milhões e já conta com um plano desenhado para uma estratégia conjunta.

Assaí reforçado

O grande destaque do grupo ficou para o Assaí que vem sofrendo melhorias nos últimos anos, além de estar conseguindo rápidos retornos sobre investimentos em novas lojas.

“No terceiro trimestre tivemos o melhor resultado histórico da companhia, com 46% de aumento das vendas”, disse Belmiro Gomes, CEo do Assaí Atacadista.

Segundo o executivo, o crescimento se deu pela mudança de comportamento dos clientes nas lojas do Assaí, que passaram a comprar mais vezes, ainda que em quantidades menores.

“Além disso, a inflação sobre os preços de itens de commodities básicas, como arroz e feijão, impactaram positivamente o nosso negócio”, afirmou ele.

Até setembro, a rede já conta com seis lojas inauguradas – três apenas no terceiro trimestre, com a contratação de 1.400 funcionários para os novos endereços.

“Com o ganho de fluxo de clientes e a redução de despesa em 0,3%, o Assaí deve criar aproximadamente 5.000 vagas até o final deste ano”, afirmou Belmiro.

Seriam 23.000 funcionários contra os 18.000 que a empresa empregada em 2015.

Além dos contratados, a rede tem garantido que mais fornecedores reforcem o número de promotores nas unidades para reforçar as vendas.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS