Pesquisa identifica genes que determinam qualidade da carne bovina
Pesquisadores brasileiros conseguiram identificar os genes que controlam a qualidade da carne bovina. O estudo vem sendo desenvolvido há oito anos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“A gente conseguiu identificar algumas regiões que controlam os genes que são importantes para a maciez, para deposição de gordura e para o perfil de ácidos graxos – o quanto de saturado, não saturado, o tipo de gordura que tem na carne”, detalhou o coordenador do Centro de Genômica da Esalq, Luiz Coutinho.
Apesar dos avanços, Coutinho explica que ainda será necessário mais algum tempo de pesquisa para fazer um mapeamento mais completo da herança genética que traz as características desejadas para o gado. “O problema que a gente tem é que características complexas, como maciez ou deposição de gordura, são controladas por vários genes. A gente encontrou alguns principais. Então a gente tem que encontrar mais regiões que controlam esses fenótipos apara ser usado como mais efetividade”, ressalta.
Seleção
A ideia é que possam ser escolhidos reprodutores que tenham o tipo de carne interessante para os produtores e repassem essas características para os descendentes. “A busca que a gente tem é assim que o bezerrinho nascer a gente tirar uma mostra de pelo ou de sangue, fazer um teste genético e saber se aquele animal tem potencial para produzir uma carne mais macia ou com melhor perfil de gordura. Isso é onde a gente quer chegar”, explica Coutinho, que trabalha no estudo em parceria com a pesquisadora Luciana Regitano, da Embrapa.
Coutinho acredita que em pouco tempo as informações vão poder ser usadas para subsidiar as decisões de produtores. “Em mais dois ou três anos a gente vai ter confiança de que essas variações genéticas podem ser usadas para o melhoramento”.
O trabalho enfrenta, segundo pesquisador, mais desafios do que em relação ao gado leiteiro, devido à grande variedade de raças usadas para o corte. Para a produção de laticínios predomina, de acordo com o pesquisador, a variedade holandesa.
O estudo recebeu diversas contribuições, especialmente de alunos de pós-graduação, para chegar ao estágio atual. Os equipamentos usados no estudo foram financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
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