PSL reúne integrantes do partido em Brasília

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Política | Com G1 | 18/10/2019 15h47

Em meio a crise e disputa interna, PSL reúne integrantes do partido em Brasília

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O PSL reuniu integrantes da legenda nesta sexta-feira (18), em Brasília, em convenção extraordinária, em meio às disputas internas do partido, que opõem um grupo fiel ao presidente Jair Bolsonaro à ala favorável ao atual presidente da sigla, Luciano Bivar. Na convenção, a cúpula do PSL decidiu suspender cinco deputados das atividades partidárias.

O atrito entre os grupos ficou público quando, na semana passada, Bolsonaro disse a um apoiador que Bivar está "queimado", e recomendou a ele que esquecesse o partido, dando início a uma escalada de troca de declarações críticas que acirraram os desentendimentos.

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As divergências se intensificaram nesta semana, com a disputa pela liderança do partido na Câmara, com uma sucessão de mudanças no cargo: a destituição da liderança do deputado Delegado Waldir (PSL-GO); a substituição de Waldir pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro; e a recondução do deputado Delegado Waldir ao cargo.

Em outra frente, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), deixou a liderança do governo no Congresso. Em seu lugar, o presidente Jair Bolsonaro indicou o senador Eduardo Gomes (MDB-TO).

A crise na sigla envolve o controle do partido, que está ligado também às verbas a que a legenda tem direito, como a parcela do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (o fundo eleitoral).

'Ajustes administrativos'

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (PSL-SP), afirmou que a convenção extraordinária foi convocada para fazer "ajustes administrativos" no partido.

Segundo ele, será definido no encontro a complementação de quadros da executiva nacional, após a saída de filiados.

"Logicamente, diante de toda a crise que estamos vivenciando, vamos discutir, vamos debater tudo que está se passando neste momento para serenar os ânimos no partido", disse ao chegar para a reunião, em entrar em detalhes.

Questionado se o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) ainda comandam os diretórios regionais em São Paulo e no Rio de Janeiro, Olímpio disse que essa definição poderá ser feita nesta sexta.

"Eu defendo que saia já", disse. "Pode até ser que já suba para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) hoje a publicação. O presidente do PSL, Luciano Bivar deixou claro que ele quer que a executiva nacional e os parlamentares participem de forma bem agregada com ele de todo o processo decisório", afirmou.

Ainda de acordo com o líder do PSL no Senado, Flávio e Eduardo poderiam participar da reunião, já que são filiados.

Disputa na Câmara

Na chegada ao encontro, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, atuam junto com o líder do governo, Major Vítor Hugo, para derrubá-lo do comando do diretório do partido em Goiás.

Delegado Waldir disse ainda que se sente traído. Ele citou a tentativa do grupo do PSL ligado a Jair Bolsonaro de colocar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, na liderança do partido na Câmara. No entanto, o grupo bolsonarista perdeu e Waldir permanece no posto. "Eu fui traído. O presidente pessoalmente está interferindo para me tirar da liderança. Isso não é traição?", afirmou.

Ele disse que a tentativa de retirá-lo do cargo começou há três meses. "Há três meses o senador Ronaldo Caiado, do qual estou adversário político, junto com o Major Vítor Hugo, tentam me tirar da presidência do PSL [em Goiás]", afirmou.

O deputado declarou também que não é chamado ao Planalto para discutir pautas do governo com o presidente, como líder da sigla na Câmara. "Quantas vezes você acha, que como líder do PSL eu fui chamado no Planalto para discutir as pautas do governo com o presidente da República? Nenhuma vez. Nenhuma vez. Nunca", afirmou Delegado Waldir, que completou: "Eu não criei essa crise".

Sobre o impacto da disputa na relação do governo com o Congresso, ele afirmou que, nas pautas onde houver “convergência”, seu grupo aliado vai votar a favor do governo. Mas que isso não vai acontecer em todas as pautas.

"Nossa pretensão é votar da mesma forma. Nós temos várias pautas em comum. As pautas que forem em comum, de defesa do Brasil, de combate à corrupção, geração de empregos, infraestrutura, reforma tributária, reforma administrativa, o que for pauta de interesse de toda a sociedade brasileira e pro avanço do brasil, com certeza nós estaremos juntos", declarou.

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