Política | Reuters | 15/04/2018 06h08

Temer diz em Lima que Brasil não pode tolerar a corrupção

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O presidente Michel Temer afirmou neste sábado que a sociedade brasileira não pode tolerar a corrupção e que a democracia é a melhor maneira de fazer frente a “esse mal” como, segundo o presidente, demonstra a experiência brasileira.

O combate à corrupção é tema central da Cúpula das Américas, escolhido pelo país anfitrião, o Peru, que recentemente viu seu presidente eleito em 2016, Pedro Paulo Kuczynski, renunciar por acusações de desvio de recursos públicos.

Com duas denúncias contra si por corrupção bloqueadas pelo Congresso, e ainda enfrentando uma investigação por supostamente ter beneficiado empresas no chamado Inquérito dos Portos, Temer afirmou na sexta-feira que não havia constrangimento em tratar do assunto e que as instituições no Brasil tem funcionado.

Em discurso na plenária dos presidentes, Temer não citou os casos que afetam a si, boa parte do primeiro escalão de seu governo, seu partido, o MDB, parte da sua base de apoio e também a oposição.

“Não se pode tolerar a corrupção. A corrupção corrói tecidos sociais, compromete a gestão pública e privada, tira recursos valiosos da educação, saúde e segurança”, discursou Temer. “O combate à corrupção é imperativo da democracia, democracia que é a melhor arma pra fazer frente a esse mal, é o que demonstra a experiência brasileira”.

Temer disse ainda que a democracia “produz instituições autônomas e instrumentos eficazes pra combate efetivo aos desvios de conduta e desvirtuamento das funções públicas”.

FORO PRIVILEGIADO

Mais tarde, em entrevista a jornalistas brasileiros, Temer foi perguntado se era favorável à ação que tramita no Supremo Tribunal Federal - e deve ir a plenário em 2 de maio - que acaba com o foro privilegiado para autoridades.

“Sou favorável que o Legislativo decida”, disse o presidente, em mais uma estocada que se soma às constantes reclamações do presidente contra o Judiciário. No dia anterior, Temer já havia reclamado do que chamou de “invasão de competência” da Justiça nas atribuições do Executivo.

Uma proposta de Emenda Constitucional que mantém o foro apenas para os presidentes dos três poderes e o vice-presidente da República foi aprovada no ano passado pelo Senado e está parada desde novembro nas comissões da Câmara.

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