Carreta da Saúde: Hanseníase diagnostica 78 novos casos no estado
Em um mês, a Carreta da Saúde capacitou 494 profissionais e atendeu 1.191 pacientes em Mato Grosso do Sul, sendo diagnosticados 76 casos novos na população em geral e dois casos em menores de 15 anos. Por meio do projeto “Roda-Hans: Carreta da Saúde-Hanseníase”, Mato Grosso do Sul diagnosticou, nos dois primeiros meses deste ano, 76 novos casos de hanseníase no Estado. A iniciativa integrou a Campanha Estadual de Luta contra a Hanseníase e foi realizado em uma parceria da Secretaria de Estado de Saúde (SES) com o Ministério da Saúde, Novartis Brasil e Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos (DAHW).
O objetivo do projeto é o diagnóstico precoce, divulgação e visibilidade da hanseníase na comunidade. O lançamento ocorreu no dia 31 de janeiro e percorreu as microrregiões de Jardim e Aquidauana até o dia 1º deste mês, abrangendo os municípios de Dois Irmãos do Buriti, Anastácio, Aquidauana, Nioaque, Miranda, Bodoquena, Bonito, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Bela Vista, Caracol e Porto Murtinho.
No período, foram capacitados 494 profissionais nas aulas teóricas, e destes 39 médicos realizaram atendimento na carreta, sendo eles médicos do próprio Município com supervisão do Ministério da Saúde. Um total de 1.191 pacientes foram atendidos, sendo que 76 casos novos foram diagnosticados na população em geral e dois casos em menores de 15 anos.
“Em conjunto, os 12 municípios selecionados diagnosticavam em média 80 casos novos por ano, porém nos últimos anos houve uma redução de 50% desses diagnósticos, que podem estar relacionados com falta de educação em saúde para sensibilizar a comunidade, ausência de busca ativa de casos pelos serviços de saúde e diagnóstico tardio”, afirma Geisa Poliane de Oliveira, gerente técnica do programa estadual.
Segundo ela, em 2018 as duas microrregiões somaram um total de 37 casos novos mas, após a carreta, esse número aumentou para 78 casos, “confirmando que a hanseníase ainda continua negligenciada e que é preciso abrir o olhar em busca dos casos ainda ocultos”, destaca.
Tratamento
Atualmente Mato Grosso do Sul apresenta 598 casos em tratamento para hanseníase, e ao longo dos anos vem atingindo a meta de cura de 75% dos casos diagnosticados, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. “Ressaltamos que a Hanseníase é uma doença transmissível e de evolução lenta, porém tem cura e o tratamento é fornecido pelo SUS”, explica a gerente Geisa Poliane que também ressalta a importância da prevenção: “Em busca da interrupção da cadeia de transmissão, além de curar os doentes, é necessário realizar busca ativa de casos entre os contatos intradomiciliares, favorecendo o diagnóstico precoce e prevenindo incapacidades. Em 2018, Mato Grosso do Sul registrou um total de 88,7% de contatos examinados, ultrapassando a meta estabelecida, de examinar 85% dos contatos”.
Para atingir esses números, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, realiza sistematicamente diversas atividades em parceria com o hospital de referência (Hospital São Julião) e o Laboratório Central (LACEN) em ações de controle, que envolvem treinamentos da rotina do serviço para os profissionais de saúde dos municípios, capacitações de educação em saúde, treinamento em diagnóstico laboratorial, manejo clínico da doença, supervisões técnicas, apoio técnico e logístico, além de campanhas educativas.
Dentre as ações da SES a gerente do Programa destaca a Campanha Estadual do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase realizada no início deste ano. Ela explica que o objetivo foi alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais na busca ativa de casos, favorecendo o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades.
“A campanha enfatizou a importância de examinar as pessoas que convivem ou conviveram de forma contínua e prolongada com os casos diagnosticados, bem como alertar a população para buscar os serviços de saúde ao menor sinal da doença, pois a transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, por meio das vias aéreas”, pontua Geisa Poliane.
Além do diagnóstico precoce e do tratamento oportuno a SES também aborda a incapacidade física na hanseníase, pois se trata de uma doença incapacitante e que gera deformidades físicas, sendo essas responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas que têm ou tiveram a doença.
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