Saúde | Da Redação/Com Campo Grande News | 16/04/2015 11h04

Casos de dengue crescem 62% e saúde investiga mais 3 mortes

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Os números da dengue em Mato Grosso do Sul são preocupantes. Em menos de 15 dias houve o aumento de 62% nos casos notificados em todo o Estado. Duas pessoas já morreram e outros três óbitos estão sendo investigados, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde). O número de casos subiu de 8.424 para 13.702. Para o Ministério da Saúde, a situação é de epidemia.

Conforme boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (15) pela SES, dos 79 municípios do Estado, 36 apresentam alta incidência da doença (acima de 300 casos por 100 mil habitantes). A situação mais preocupante é do município de Iguatemi onde 1.267 casos já foram notificados e há um incidência de 8.211,3, números considerados “elevadíssimos”.

Em Campo Grande, a incidência é considerada moderada (100 a 300 casos por 100 mil habitantes), no entanto, os casos passaram de 1.556 para 2.755 nos últimos 15 dias.

O que mais preocupa as autoridades em saúde é de que na Capital a maioria dos casos notificados é da dengue tipo 4, vírus em que a maior parte da população não está imune. Assim como na cidade de Ponta Porã, onde 102 casos da doença foram notificados.

Nos municípios de Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul, Parnaíba e Selvíria foram diagnosticados casos do tipo 2 da doenças, no demais municípios a incidência ainda é do tipo 1.

O médico infectologista Rivaldo Venâncio explica que existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4.

“Causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes”, diz.

“Em termos de classificação, estamos falando do mesmo tipo de vírus, com quatro variações. Do ponto de vista clínico, são absolutamente iguais, vão gerar o mesmo quadro”, esclarece o médico.

A explicação do problema provocado pelo vírus 4 está no sistema imunológico do corpo humano. Quem já teve dengue causada por um tipo do vírus não registra um novo episódio da doença com o mesmo tipo. Ou seja, quem já teve dengue devido ao tipo 1 só pode ter novamente se ela for causada pelos tipos 2, 3 ou 4.

Apesar da crescente e do parecer do Ministério da Saúde, o Governo alega que o Estado ainda não está vivendo uma epidemia, mas reconhece a necessidade de intensificar o trabalho junto aos municípios mais afetados para evitar situações como a vivida em 2013 onde o Estado enfrentou a maior “crise” da doença com cerca de 102 mil casos.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em parceria com a Secretaria de Obras, também itensificou os trabalhos de orientação e limpeza em áreas verdes e terrenos espalhados pela Capital para controlar os níveis de infestação do mosquito transmissor da doença.

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