Pessoas com câncer podem salvar pacientes do futuro com seu DNA
Pessoas com câncer passam por longos processos para tentar alcançar a cura. Às vezes, o paciente pode se sentir impotente por não ter muito mais o que fazer do que esperar e seguir corretamente o tratamento. Mas um novo projeto quer trazer a eles algo concreto com que se ocupar neste período – e que pode ajudar diretamente no combate mundial ao câncer.
Sem fins lucrativos, ele é apoiado por gigantes mundiais da saúde (incluindo o Instituto Broad, o centro de pesquisas biomédicas e genômicas de Harvard e do MIT). O objetivo da iniciativa é que pacientes com câncer concentrem suas informações médicas em um banco de dados unificado, com acesso direto de pesquisadores que estão em busca de cura.
Chamado de Count Me In, o programa permite que pacientes com câncer enviem dados médicos – incluindo amostras de sangue, saliva e de células do tumor – para este reservatório compartilhado entre pesquisadores do mundo todo. As amostras são geneticamente sequenciadas, e os dados, junto com o histórico médico do paciente (incluindo todos os tratamentos já feitos) são anonimizados para a segurança de todos os participantes.
Os cientistas vão poder usar a ferramenta para encontrar padrões entre os pacientes – o que pode levar a novas descobertas sobre o câncer e, mais importante, sobre como tratá-lo. Até agora, 5.500 pessoas enviaram suas informações, e o objetivo do grupo é chegar a marca de 100 mil pessoas nos próximos anos.
“O Count Me In é uma tentativa de tirar proveito de um recurso subestimado: os dados que todo paciente com câncer fornece na forma do DNA de seu tumor, suas decisões de tratamento e seus resultados”, afirmou Eric Lander, presidente do Instituto Broad, a revista TIME. Hoje, o tumor e as amostras de sangue dos pacientes são usados apenas para o tratamento individual de cada pessoa. Combinar informações de centenas de milhares de pacientes com câncer poderia ajudar em tratamentos mais eficazes para a doença como um todo. Mas os médicos também afirmam que a iniciativa não pretende ser um recurso para mudar tratamento médico nenhum no momento, mas sim como um banco de dados que possa fazer diferença nos diagnósticos do futuro.
Até o momento, a plataforma está disponível dos Estados Unidos e Canadá, pois o Instituto Broad consegue verificar com cada hospital o histórico de todos os pacientes. Mas a ideia é expandir a participação no futuro para novos países. Ficaremos de olho caso eles decidam incluir o Brasil.
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