Três Lagoas | Com Portal do Governo de MS | 17/08/2017 09h49

Produção em Penitenciária de TL inova mercado de cadeiras de fio

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Há sete anos utilizando o trabalho prisional, uma fábrica de cadeiras de fio está inovando suas produções com a criatividade de internos da Penitenciária de Três Lagoas (PTL). A oficina instalada dentro do presídio faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Empresa JB Cadeiras.

Como forma de enfrentar a crise econômica que o país se encontra, o empresário apostou na capacidade e habilidade dos reeducandos que atuam na fábrica. Além das tradicionais cadeiras de fio, estão sendo confeccionados jogos completos de mesas com fibra sintética, um novo padrão que pretende reinventar o mercado e ampliar o público alvo.

Segundo o proprietário da JB Cadeiras, Baihar Alves Azambuja, os trabalhos desenvolvidos são bem mais detalhados e aprimorados. “Já chegamos a produzir mais de duas mil cadeiras de fio por mês, mas hoje também estamos produzindo peças diferentes que exigem maior dedicação dos detentos e a nossa produção está na faixa de 500 cadeiras de fio e 250 peças de fibra sintética por mês”, informa.

Atuando há dois anos na oficina, o interno João Batista Barbosa, 52 anos, afirma ter aprendido uma nova técnica de trabalho. “Aqui eu desenvolvo todas as etapas de produção, desde as soldas de ferragens até o acabamento das cadeiras. Para minha visão de futuro, o trabalho acrescenta muito na minha vida e melhora as minhas perspectivas quando eu conquistar a liberdade”, destaca.

Atualmente, no local trabalham seis custodiados, que recebem remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados, além de serem remunerados pelos serviços prestados. Eles atuam no corte das barras que chegam inteiras à oficina, na montagem e solda das peças, além da colocação dos fios.

Conforme o empresário, desde a instalação da fábrica no presídio de Três Lagoas, mais de 1.500 internos já passaram pelas produções. “Já encontrei antigos trabalhadores que já estão em liberdade e hoje utilizam o conhecimento adquirido na oficina para atuarem na profissão e em áreas específicas, como soldador”, comenta. “Eu me sinto muito feliz em saber que contribui de alguma forma para que famílias tivessem um destino diferente, porque cada interno representa uma família”, afirma o empresário.

Atualmente, cerca 240 custodiados trabalham e/ou estudam dentro da unidade penal. Além de proporcionar meios para a reinserção social, oferecer trabalho, ensino e qualificação também contribui para a melhoria na disciplina dos reclusos.

Motivação

Para incentivar os internos durante os trabalhos desenvolvidos, o empresário Baihar distribuiu nas paredes da oficina placas motivacionais. “O objetivo é provocar estímulos e autorreflexão, principalmente nos dias em que estão tristes. A mente não está presa, apenas o corpo, e encontrei nesses quadros uma forma de dar forças e bom ânimo a eles”, complementa.

Segundo o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, o convênio com a empresa de cadeiras de fio é um dos 158 firmados com a instituição, que utilizam a mão de obra prisional. “Tais parcerias são vantajosas para ambos os lados, já que os custodiados exercem atividade produtiva, podem remir a pena, são remunerados e qualificados para o mercado de trabalho, enquanto os empresários têm a redução considerável de custos trabalhistas, já que não possuem vínculo empregatício com os reeducandos”, finaliza.

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