Cadeia produtiva da erva-mate quer abrir novos mercados produtivos
Conhecida pelo uso no chimarrão ou tereré, a erva-mate tem ganhado espaço no mercado sul-americano. No Brasil, apenas os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul produzem as 600 mil toneladas de erva, em uma área plantada de 77 mil hectares. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, a exportação brasileira da erva gerou um faturamento de US$ 101 milhões, sendo US$ 87 milhões relativos somente às vendas para o Uruguai. O mate é o segundo produto brasileiro mais importado pelo país vizinho, superado apenas pelo petróleo.
O crescimento da produção no Brasil chamou a atenção de órgãos públicos e privados, que atualmente buscam alternativas para aumentar o consumo interno da erva-mate e abrir novos mercados para exportação. No ano passado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Erva-Mate, para abastecer o banco de dados do setor, por meio de quatro grupos de trabalhos com os seguintes temas: mão de obra irregular, política agrícola, contaminantes e boas práticas.
Durante reunião nessa terça-feira (02/08), em Brasília, os representantes da Câmara Setorial debateram soluções para aumentar o consumo da erva nas outras regiões do país, pois grande parte da demanda interna está na região Sul. “Mesmo com a área de produção relativamente pequena, o mercado enfrenta excesso de matéria prima em algumas regiões. O fato da erva ser conhecida pelo chimarrão ou tereré dificulta a expansão do mercado. Nossos objetivos são incentivar o consumo e fechar novos acordos comerciais”, disse o presidente da Câmara Setorial, Leandro Beninho Gheno.
O Grupo de Trabalho da mão de obra irregular conta com a participação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com o assessor técnico da Superintendência Técnica da CNA, Jonas Jochims, os produtores de mate têm dificuldade em contratar mão de obra, por conta das legislações que impedem contratos de curto prazo, justamente no período de colheita do produto. “Os produtores de erva geralmente praticam outras atividades, necessitando de auxílio nos períodos de colheita. Estamos trabalhando para melhorar a terceirização e prestação de serviços no setor”, explicou Jochims.
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