Agronegócio | Com Famasul | 16/07/2016 14h25

Clima preocupa mercado de grãos nos próximos dias

Compartilhe:

Após um primeiro semestre de financeirização do mercado de commodities, com boa dose de predominância dos fundos, as condições climáticas voltam a orientar o setor neste início de segundo semestre.

As lavouras de soja e de milho, por ora, estão em condições muito boas nos Estados Unidos. "Só falta cantarem", diz Daniele Siqueira, analista da AgRural, de Curitiba.

Apesar desse cenário confortável no campo, o mercado olha para as próximas semanas, quando o clima poderá não ser tão favorável.

Estão previstos intenso calor e falta de chuva a partir do dia 20 deste mês.

Mas Siqueira diz que as condições das lavouras de milho são tão boas que só mesmo uma catástrofe climática poderia interferir na produtividade.

As lavouras de soja, na fase de floração, também vão bem. Nessa fase, a planta suporta calor. Mas, se o clima desfavorável persistir em agosto, a oleaginosa passaria a ser afetada.

"Os fundamentos climáticos voltam a influenciar o mercado", diz Siqueira, mas os fundos ainda continuam bastante posicionados, principalmente na soja.

Se nada atrapalhar a lavoura da oleaginosa, os fundos vão acabar se desfazendo de parte de seus contratos, derrubando os preços.

Se ocorrerem problemas climáticos, no entanto, os preços se mantêm, principalmente porque o volume de estoques dos EUA é baixo.

As estatísticas das negociações na Bolsa de Chicago indicam o quanto o mercado esteve aquecido.

No mês passado, foram negociados 7,1 milhões de contratos de soja, o correspondente a 970 milhões de toneladas. Esse volume corresponde à negociação de três safras mundiais.

Esse volume de junho vem depois de um recorde de negociações em abril, quando a movimentação de contratos atingiu o correspondente a 1,10 bilhão de toneladas.

O mercado de milho também esteve aquecido. As negociações de junho somaram 11,3 milhões de contratos, atingindo 1,4 bilhão de toneladas. A produção mundial é próxima de 1 bilhão de toneladas.

Outro produto que teve destaque nas negociações do mês passado foi o trigo. Um recorde de 3,7 milhões de contratos trocaram de mãos, somando 512 milhões de toneladas negociadas.

A safra mundial de trigo é de 739 milhões de toneladas por ano.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS