Agronegócio | Da Redação/Com Famasul | 01/10/2015 23h33

Embrapa e Unicamp utilizam dispositivos móveis para capacitação

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O uso de dispositivos móveis – celulares e tablets – é uma realidade que já chegou ao campo. Para se ter ideia, os celulares estão presentes em 60% dos lares rurais, sendo que, deste total, 30% têm acesso à internet. É o que indica a Pesquisa TIC Domicílios de 2013, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.

De olho nesta evolução, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – SP) firmaram parceria para desenvolver um programa de formação continuada, com objetivo de fornecer conteúdos e micro-treinamentos sobre temas de interesse dos produtores rurais, por meio de dispositivos móveis.

O projeto de pesquisa “Educação não-formal para transferência de tecnologia: micro-aprendizagem, micro-treinamento e micro-conteúdos via dispositivos móveis” propõe desenvolver e aprimorar metodologias de produção de conteúdos educacionais para ferramentas móveis, além de oferecer capacitação para extensionistas e outros profissionais envolvidos com a assistência técnica e a transferência de tecnologia para o meio rural.

“Nosso foco são os profissionais atuantes em sistemas produtivos de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), especificamente no Estado de Mato Grosso, onde está localizada a Embrapa Agrossilvipastoril, unidade parceira do projeto”, informa Marcia Izabel Fugisawa Souza, pesquisadora da Embrapa Informática Agropecuária.

Pesquisadora da Embrapa, Marcia Izabel Fugisawa Souza salienta que o foco do projeto “Educação não-formal para transferência de tecnologia” são os profissionais atuantes em sistemas produtivos de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF),no Estado de Mato Grosso. Crédito: Lilian Alves

Pesquisadora da Embrapa, Marcia Izabel Fugisawa Souza salienta que o foco do projeto “Educação não-formal para transferência de tecnologia” são os profissionais atuantes em sistemas produtivos de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF),no Estado de Mato Grosso. Foto: Lilian Alves

Treinamentos - Conforme explica, os micro-treinamentos e os micro-conteúdos baseiam-se em conceitos de micro-aprendizagem e aprendizagem móvel, novas modalidades surgidas com a introdução de tecnologias digitais móveis na educação.

“São conteúdos curtos, com teor didático-pedagógico e linguagem adequada às mídias digitais móveis, constituídos por um texto, um vídeo, um áudio, por exemplo, que poderão ser acessados de qualquer lugar e hora e, portanto, adequados ao ritmo de vida atual, caracterizado pelo uso intensivo de tecnologias móveis e sem fio”, descreve.

Segundo ela, os micro-treinamentos devem começar no próximo ano, prolongando-se até 2018. Primeiro, as tecnologias resultantes deste projeto de pesquisa serão transferidas diretamente aos extensionistas, técnicos e pesquisadores que as repassarão para os produtores rurais.

Mercado em ascensão - Segundo estudo da IDC Brasil, em 2014, os brasileiros compraram 104 smartphones por minuto. De janeiro a dezembro, foram comercializados 54,5 milhões de aparelhos inteligentes, ante 35,2 milhões no ano anterior, um aumento de 55%.

Para 2015, a expectativa da empresa é de evolução mais moderada, na faixa de 16%, o equivalente à venda de 63,3 milhões unidades, em razão do cenário econômico desfavorável. O estudo IDC Mobile Phone Tracker Q4 ainda revela que 15% dos aparelhos vendidos em 2014 têm acesso a 4G. Para este ano, a previsão é que este percentual cresça entre 30% e 35%.

Tecnologia de ponta - Fabricio Emiliano dos Santos, gerente de Negócios da Inflor (que desenvolve aplicações de software para gestão do agronegócio), ressalta que, durante muito tempo, a utilização de tecnologias de ponta era exclusividade de grandes produtores ou grandes empresas. Mas nos últimos anos tornou-se bastante acessível, tanto que os smartphones, por exemplo, já podem ser encontrados no mercado a partir de 300 reais. 

De acordo com Santos, o smartphone é um computador completo, pois executa praticamente todas as suas funções, graças a um conjunto de facilidades e ferramentas.

“Com a utilização dos aplicativos, o produtor tem acesso ao histórico das atividades realizadas na propriedade, custos das operações, insumos utilizados, controle das safras e das culturas, além de visualizar os problemas que já ocorreram, com fotos, tudo isso por meio de um mapa”, exemplifica.

Atividades Rurais - O pesquisador garante que o gerenciamento das atividades rurais pode ser realizado pelos aplicativos para anotações, calculadora, fotos, agenda, GPS, mapas, entre outros.

“O smartphone tem praticamente tudo que precisamos para tomar nota, registrar, programar e verificar o histórico da propriedade. O único problema é que estes aplicativos são diferentes e não estão integrados”, observa Santos.

Relata ainda que a empresa desenvolveu o aplicativo Inflor Free, que facilita o manuseio das várias ferramentas disponíveis no celular.

“O aplicativo está em fase de testes e será disponibilizado, gratuitamente, nos próximos meses. Ele permitirá que o produtor rural tenha, em local único, as ferramentas que lhe responderão as seguintes perguntas: O que foi feito? Onde? Quando? Quem? Quanto custou? O que consumiu?”

Ele também salienta que o sistema disponibiliza, para cada uma das culturas manejadas na propriedade, um conjunto de atividades comuns.

“Por exemplo, se o proprietário trabalha com o plantio de café, cana, entre outros, o sistema mostrará automaticamente as atividades que, comumente, são realizadas no manejo de cada uma destas culturas”, explica.

Sem conexão com a internet - Levando em consideração o fato de a telefonia móvel ter problemas com a baixa qualidade de sinal e até mesmo a ausência dele nas propriedades rurais, Santos afirma que o aplicativo foi desenvolvido para funcionar sem conexão com a internet.

“Também foi criada uma nuvem de armazenamento para permitir que o backup dos dados seja realizado de forma automática e transparente, quando o proprietário estiver em um local que possui conexão com a internet.”

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