Agronegócio | Da Redação/Com DCI | 22/06/2015 11h55

Lavouras perdem mais de R$ 30 bilhões com praga

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Ofuscado pela incidência de doenças como a helicoverpa, mosca branca e bicudo do algodoeiro, o nematóide, uma praga que ataca as raízes das plantas, tem se proliferado ao redor do mundo e gerado perdas em torno de R$ 35,3 bilhões para a agricultura brasileira, anualmente.

"O problema chegou a níveis que nunca se viu. Produtores na Bahia já abandonam suas áreas por não conseguirem conter a doença", conta o presidente da Adama Agricultural Solutions no Brasil, Rodrigo Gutierrez, em entrevista exclusiva ao DCI. A discussão foi tema do 32º Congresso Brasileiro de Nematologia, em Londrina (PR), na última semana.

A defesa fitossanitária foi colocada entre as bandeiras da ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Neste ano, foi lançado plano oficial de mitigação e erradicação de pragas, do qual o nematóide não está entre os principais focos.

Parasita invisível - Dados da Sociedade Brasileira de Nematologia (SNB) mostram que, só na soja, o prejuízo estimado é de R$ 16,2 bilhões. Em contrapartida, o engenheiro agrônomo de desenvolvimento de produtos da Adama, Gerson Dalla Corte, diz que as perdas que a ferrugem asiática e a helicoverpa causam à oleaginosa são de R$ 2 bilhões e R$ 8 bilhões, respectivamente.

"O maior entrave está na identificação, porque o nematóide você não vê. Os sintomas são as plantas ficando amarelas e morrendo, o que pode ser proveniente de uma série de causas. Como atinge a raiz, ele ainda abre portas para outras doenças", explica Gutierrez. "Trata-se de uma falha, inclusive, da assistência técnica. Alguns agrônomos saem da faculdade sem ter conhecimento desta patologia. Consequentemente, não conseguem identificá-la", acrescenta Corte.

Segundo o especialista, a identificação só pode ser feita através de exames laboratoriais. De maneira geral, a incidência é maior em áreas com temperaturas elevadas e solo arenoso, como o Norte e o Centro-Oeste do País. Soja, café, cana-de-açúcar, milho e banana são as mais atacadas.

Controle - Uma vez localizada, medidas como rotação de culturas e uso de produtos biológicos, aliado ao controle químico são as indicações para contenção dos efeitos na lavoura.

Diante do baixo volume de defensivos no mercado e alto nível toxicológico em grande parte dos produtos disponíveis, a Adama fez um aporte total de US$ 35 milhões nos últimos 10 anos para formulação de um novo agente que, atualmente, está em fase de registro no Ministério da Agricultura. Para o investimento global em pesquisa e desenvolvimento, são desembolsados US$ 100 milhões por ano.

"Estamos trabalhando nesse projeto para implementação de uma tecnologia que, de fato, controle o problema", completa o presidente da Adama.

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