Agronegócio | Da redação/com Agrodebate | 22/05/2015 10h49

'Mais Floresta' discutirá cogeração de energia a partir da biomassa em MS

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A estruturação adequada do rebanho leiteiro e o monitoramento dos indicadores zootécnicos são ferramentas fundamentais para o diagnóstico das propriedades rurais. O tema será abordado pelo engenheiro agrônomo, diretor e técnico da Cooperideal (Cooperativa para a Inovação e Desenvolvimento da Atividade Leiteira), Marcelo de Rezende, durante o 18º Encontro Técnico do Leite, que será realizado na primeira semana de junho (2).

Segundo o especialista, estrutura do rebanho se refere à participação percentual de cada categoria animal em relação ao rebanho total, ou seja, a quantidade de animais da atividade leiteira dentro da propriedade. "Este fator tem impacto direto sobre os resultados econômicos da atividade", ressalta Rezende.  Em relação aos indicadores zootécnicos, Rezende abordará na palestra índices que influenciam o sucesso na atividade e que se constituem como ferramentas fundamentais para a gestão e lucratividade das propriedades rurais e consequente ataque a pontos críticos do sistema de produção. 

Durante o evento, os gargalos na produção leiteira, em Mato Grosso do Sul, e também no Brasil, que vão do pasto ao preço, serão abordados e debatidos entre os participantes. Para o especialista, é preciso melhorar a gestão da atividade. "Sem isso é impossível a identificação de pontos a serem atacados de maneira prioritária. O produtor precisa criar o hábito das anotações de eventos econômicos e zootécnicos do negócio leite, para que as ações tenham foco e os resultados sejam de sucesso", ressalta.

De acordo com as informações da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mato Grosso do Sul), é o 13º maior produtor de leite do País e conta atualmente com 24 mil produtores rurais no segmento lácteo. Por ano, produz em média 500 milhões de litros. Para que a atividade seja viável economicamente, a produção mínima em cada propriedade deve atingir 300 litros ao dia, com qualidade. "O produtor de leite vive hoje a era da informação e deve buscar conhecimento técnico e gerencial suficiente para a sustentabilidade econômica e zootécnica de seu negócio e este encontro é uma grande oportunidade para que isso ocorra", acrescenta o diretor da Cooperideal.

O “Mais Floresta', evento que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar/MS) e a Paulo Cardoso Comunicações promovem no dia 4 de junho, dentro do Três Lagoas Florestal, em Três Lagoas, no leste do estado, vai discutir, entre outros assuntos, o uso da biomassa de madeira para a cogeração de energia elétrica.

O professor e engenheiro florestal Carlos Lima, um dos palestrantes do “Mais Floresta” aponta os fatores que indicam boas perspectivas de desenvolvimento para o setor florestal e para a cogeração a partir da biomassa. “Temos terras disponíveis e temos tecnologia florestal para a produção desta biomassa florestal a custos competitivos. Temos também as tecnologias de conversões disponíveis”, afirma.

O palestrante destaca que, apesar de mais comum, o eucalipto não é a única entre as espécies florestais com bons resultados na produção de biomassas residuais. “O aproveitamento energético se constitui num ótimo potencial para agregar valor à biomassa florestal”, afirma, ressaltando que desde o final dos anos 90 existe vontade política de desenvolver o setor florestal em Mato Grosso do Sul.

Para o engenheiro florestal, toda a tecnologia dos ciclos a vapor utilizada nas usinas de cana-de-açúcar pode ser aplicada à biomassa, com pequenas alterações em partes das caldeiras e no seu modo de operação. “Existem pesquisas como a gaseificação da biomassa e a utilização destes gases em turbogeradores, visando elevar a eficiência produtiva (produzir mais com menos) e maior sustentabilidade, com baixo custo. Temos potencial para crescer muito”, relata.

Mais Floresta - A palestra do professor Carlos Lima, sobre o potencial da biomassa em Mato Grosso do Sul, será realizada às 15 horas,  no parque de exposições Joaquim Marques de Souza, em Três Lagoas.

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