Agronegócio | Da Redação/Com Diário do Comércio e Indústria | 19/08/2015 16h15

Pequeno produtor consegue manter preços mais baixos para máquinas

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O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, reforçou ontem (18) um acordo de cooperação com a indústria de máquinas que permite que o pequeno agricultor tenha acesso aos produtos a preços abaixo do mercado convencional. Pelo menos até o final do governo da presidente Dilma Rousseff o benefício deve ser mantido.

"Falamos em R$ 14 bilhões que serão usados pelos agricultoresadquirirem equipamentos e modernizarem suas propriedades nesta safra", afirma o coordenador do programa Mais Alimentos do MDA, Lucas Ramalho. O termo foi assinado em evento na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Novo mercado - Para investimento e modernização na infraestrutura da lavoura daagricultura familiar, o MDA mantém o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Mais Alimentos - é por meio desta linha de crédito que o produtor poderá se beneficiar do acordo com a Abimaq.

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas(CSMIA) da Abimaq, Pedro Estevão Bastos, explica ao DCI que esta cooperação com o Ministério já existia e está garantida pelo menos até o final da gestão atual. "Outro governo pode acarretar outro tipo de acordo", enfatiza.

Atualmente, a agricultura familiar representa cerca de 23% do segmento de maquinário. "O programa do MDA nos criou um novo mercado. Antes, o pequeno produtor não tinha acesso a máquinas. Para a indústria isso é muito importante e para o setor também", destaca Bastos.

No entanto, o cenário de ajustes no fluxo de caixa da cadeia produtiva gera uma expectativa negativa para o fechamento de vendas de 2015. Para o setor como um todo, a CSMIA espera queda entre 20% e 25%. O presidente da câmara setorial diz que ainda não é possível avaliar se entre os pequenos produtores a queda será menor ou maior, mas o pessimismo permanece.

Acesso ao crédito

Ontem, Ananias também se reuniu com representantes do setor na capital paulista para apresentar o Plano Safra da agricultura familiar, com perspectivas para São Paulo.

Uma das principais reivindicações do setor foi a dificuldade de acesso recurso ofertado. Para a safra 2015/2016 estão previstos R$ 28,9 bilhões entre custeio e investimento nacional. Para o secretário da AgriculturaFamiliar (SAF/MDA), Onaur Ruano, 42% dos agricultores familiares de São Paulo devem utilizar o aporte do Pronaf, o que significa um montante de R$ 1,2 bilhão.

"Como foi citado por muitos, temos problemas para acessar o PAA e os bancos estão de portas fechadas", afirma a presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputada estadual Márcia Lia (PT).

Questionado por jornalistas, o ministro reconheceu a dificuldade no acesso por uma parcela de produtores e disse que a pasta tem trabalhado para minimizar os entraves. "O primeiro passo nós conseguimos, que foi o recurso. Agora estamos trabalhando internamente, especialmente com as instituições financeiras, como o Banco do Brasil e o do Nordeste, para eliminar dificuldades. Por exemplo, quando existem títulos de posse e não propriedade da terra ou para que as mulheres tenham o mesmo acesso que os homens", ressalta Ananias.

Outra questão defendida pelo ministro é que o crédito seja facilitado para os jovens, para que estes deem sequência aos trabalhos da terra.

Nesta safra, o limite máximo de juros pelo Plano Safra passou de 3% para 5,5%. Sobre eventuais dificuldades que esta alteração tenha trazido para a contratação de recursos, Ananias lembra que, em contrapartida, aumentaram o nível de apoio em assistência técnica, cooperativismo e agroindústria, para que a produção adquira maior valor agregado e "com isso, seja possível pagar tarifas maiores. Cabe ressaltar que nas faixas mais pobres os juros nos patamares mais baixos foram mantidos", completa o ministro.

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