Agronegócio | Da Redação/Com Assessoria | 23/11/2015 17h57

Pesquisa avalia características que ocasionam grãos ardidos de milho em MS

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Após relatos de alguns produtores rurais de Maracaju e Naviraí, a Fundação MS inseriu em suas pesquisas referentes à safrinha de 2015 a avaliação de grãos ardidos, que são os que apresentam algum tipo de dano e que podem prejudicar a produtividade do milho. Os resultados são repassados durante o circuito de palestras, realizado pela Fundação MS. Até o momento, seis municípios já receberam as apresentações, que serão feitas, ainda, em Maracaju, Sidrolândia e Bonito nesta semana.

Conforme o pesquisador de fitotecnia milho da Fundação MS, André Lourenção, o objetivo do estudo é mostrar se há diferenças entre híbridos quanto aos grãos danificados e se algumas características influenciam na formação dos mesmos. “Avaliamos unidades em Maracaju, Rio Brilhante, Amambai e Naviraí, e identificamos que as características de empalhamento e decumbência não influenciaram a formação de grãos avariados” ressalta.

Os patógenos que causam grãos ardidos podem produzir toxinas que são prejudiciais a saúde animal e humana, por isso, existe preocupação em relação ao problema, e também pelas perdas que causam. Entre os principais patógenos fúngicos que podem causar grãos ardidos de milho estão:Stenocarpella maydis (Diplodia maydis), Stenocarpella macrospora, Gibberella zeae, além de algumas espécies de Fusarium. Em Mato Grosso do Sul, foi observada baixa incidência de grãos ardidos, e não afetou de forma ampla a produção.

A adubação no milho safrinha também é um dos alvos das pesquisas. Conforme o pesquisador Douglas Gitti, a prática do plantio antecipado da soja acabou por antecipar o plantio do milho também, adiantando a semeadura para o final de janeiro, com raros casos se estendendo além do mês de fevereiro. Em sua apresentação, Gitti explica qual a melhor forma para adubar o sistema soja/milho, além de considerações sobre a aplicação correta de nitrogênio e outros nutrientes.

“Essa antecipação faz com que a cultura do milho desfrute de condições menos limitantes do ponto de vista climático, reduzindo os riscos e abrindo a possibilidade de maiores investimentos, pois há mais probabilidades de resposta a níveis mais elevados de adubação”, explica.

Por fim, o manejo de pragas e doenças na cultura do milho também ganha destaque entre os estudos. O pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, cita duas doenças de relevância para a cultura em questão: ferrugem polisora e a helminstoporiose. No primeiro caso, foi observado que a aplicação do fungicida deve ser feita assim que a doença for identificada, para que seja melhor controlada. Já no segundo caso, a época de aplicação apresenta pouco efeito, então é importante realiza-la em função do regime de chuvas e da ocorrência de ferrugem na área.

Outra preocupação, observada na última safrinha de milho, é a presença dos percevejos. Por isso, a orientação é redobrar os cuidados em relação a área cultivada. “Quando é preciso tomar uma decisão sobre qual inseticida usar, é necessário o tipo e também o número de pragas na área, para conseguirmos posicionar uma variedade maior de inseticidas”, avalia. “Fazer o monitoramento, tomar decisão com base no índice populacional da praga é essencial para termos tanto uma longevidade da molécula quanto maior eficiência de aplicação, isso pode ajudar muito no manejo da cultura”.

Serviço - As apresentações de resultados de pesquisa da Fundação MS são realizadas sempre às 19h. Outras por meio do site www.fundacaoms.org.br ou pelo telefone (67) 3454-2631. Confira abaixo as datas e locais:

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