Sobra e queda na demanda vão segurar preço do milho
O mercado do milho continua praticamente parado no País, com os vendedores não aceitando os atuais níveis de preços (cerca de 20% mais baixos do que já estiveram) e os compradores não oferecendo valores melhores. Nos últimos dias surgiram notícias de problemas no milho safrinha deste ano, o que levou alguns a reter cereal para especular uma alta nas cotações.
Na avaliação do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, porém, apesar da quebra da safrinha, os vendedores que continuam segurando produto à espera de um preço melhor se esquecem de dois pontos importantes.
O primeiro é que a demanda arrefeceu muito, com o fechamento de unidades de abate e da cadeia de aves em estados importantes. “Com isto, os compradores não podem aumentar os preços do milho. Estamos avisando há mais de três meses de que preços do milho acima de quarenta reais e do farelo de soja acima dos R$ 1.200,00 quebrariam empresas do restante da cadeia”, diz Pacheco.
Além disso, acrescenta o analista, a previsão de sobra de milho para esta temporada é de mais de 10 milhões de toneladas, cerca de 8% acima da média dos últimos sete anos: “Estes dois pontos não irão suprir inteiramente a quebra da safrinha, mas a compensarão em grande escala, provavelmente não permitindo que os preços atinjam a mesma lucratividade obtida em abril. Poderão ter até o mesmo número, mas não a mesma lucratividade”.
FUNDAMENTOS
O Paraná já plantou 100% da área de milho safrinha e 6% já está colhida, apontou relatório de acompanhamento semanal das lavouras divulgado nesta terça-feira pelo DERAL-PR. Das lavouras não colhidas, 29% estão em condições boas/excelentes, 49% em condições médias e 22% em condição ruim. Sobre as fases em que se encontram 40% estão em frutificação e 60% em maturação. Este é o problema: as fases em que se encontram as lavouras são susceptíveis às geadas, falta de chuva e doenças, que já ocorreram e ainda podem ocorrer no estado.
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