Genética e técnicas de coleta melhoram produção de pólen e própolis
Normalmente associamos a palavra ‘apicultura’ exclusivamente à produção de mel, mas a atividade possibilita a obtenção de outras potencialidades, como pólen e a própolis. O valor agregado desses produtos e os cuidados necessários para a coleta fazem parte da editoria #EducaçãonoCampo desta quarta-feira (03).
O desempenho na produção de pólen e de própolis está diretamente ligada à atividade de coleta das abelhas operárias. Para o pólen, por exemplo, é preciso escolher as colônias com maior quantidade de crias abertas, que é a fase de larvas, o que estimula a coleta de pólen para alimentá-las.
“Aquelas bolinhas que aparecem nas pernas das abelhas são o pólen apícola, retirado das flores. Elas o depositam no favo, onde acontece o processo de fermentação, como na silagem, se transformando no chamado ‘pão de abelha’. Este produto serve de alimento tanto para as crias como para as abelhas mais novas, por isso a coleta é realizada em dias alternados, dando intervalo de tempo para que as abelhas se supram também”, explica o doutor em Zootecnia, Produção Animal e Apicultura, Heber Luiz Pereira.
A dica para quem quer ampliar a produtividade é analisar o cenário. “É preciso observar mais a florada e a época do ano, adequar as colônias para aumentar a quantidade de cria e induzir maior atividade de coleta neste momento”, complementa o instrutor.
A produção de pólen pode passar de 200 gramas/colônia por dia de coleta, volume que pode mudar de acordo com o calendário floral a depender de cada região. O preço do quilo do pólen apícola pode variar de R$ 60 no atacado a R$ 150 no varejo.
Com a própolis o foco está nos cuidados com a higiene (pode conter sujidades isoladas pelas abelhas) e o tempo de produção. “Esse período vai depender da força da colônia e da época do ano. No outono, por exemplo, é um mês que se propoliza mais, já que essa resina é usada para vedar as frestas da colmeia”, explica.
De acordo com o instrutor do Senar/MS, um manejo bem executado possibilita que a produção de própolis pode chegar a 3 quilos por colônia ao ano. O valor do quilo varia de R$ 70 a R$ 100, sendo que, durante a pandemia, o mesmo produto era comercializado por mais de R$ 300.
Fatores climáticos e predisposição genética das abelhas influenciam na produtividade. “A dica é selecionar colônias que possuam maior aptidão para coleta de determinas resinas, vegetação favorável e escolher o método mais adequado para a retirada da própolis, entre eles o Coletor de Própolis Inteligente (CPI), tecnologia que otimiza o trabalho nesta atividade”.
Os temas que você conferiu nesta matéria fazem parte da programação dos cursos Produção de Pólen e Produção de Própolis, oferecidos gratuitamente pelo Senar/MS.
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