Brasil | Com Exame.com | 26/11/2016 07h30

PNAD: Desigualdade diminui, mas salários também caem

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A desigualdade de renda no Brasil caiu em 2015 pelo 11º ano seguido, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, realizada pelo IBGE.

Mas, embora a diferença entre os que ganham mais e os que ganham menos tenha diminuído, todos tiveram redução da renda mensal. A diminuição da desigualdade se deu principalmente porque a faixa de rendimentos mais elevados teve uma redução mais intensa que a dos mais pobres.

 

O índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda, caiu de 0,497 em 2014 para 0,491 em 2015 quando consideradas todas as fontes de receitas da população com 15 anos ou mais. Nessa conta, é levado em conta, além do salário, a arrecadação por pensão, aposentadoria, programa social, pensão alimentícia, aluguel, etc. O índice de Gini varia de 0 a 1 e quanto mais perto do 1, maior a desigualdade.

A menor desigualdade foi registrada na região Sul (0,450) enquanto a região com maior diferença de rendimento foi a Centro-Oeste (0,498).

Entre os estados, Santa Catarina foi o que apresentou a menor desigualdade, com índice 0,419, seguido por Goiás, com 0,436. Na lanterna do ranking por estados, aparece o Distrito Federal, com 0,555 (veja lista por estados abaixo).

Esse levantamento, no entanto, precisa ser visto com cuidado. Diversos economistas apontam que, por trabalhar por amostragem domiciliar, a PNAD não é o melhor instrumento para captar as rendas dos estratos mais ricos.

A pesquisa não considera, rendimentos de capital como aplicações financeiras e ganhos com imóveis, por exemplo, então pode subestimar o tamanho da riqueza nas camadas mais elevadas da pirâmide social e, portanto, comprometer o retrato da desigualdade no país.

Salários altos caíram mais

Segundo a PNAD, a desigualdade entre os salários mais altos e mais baixos também diminuiu desde 2004, atingindo o índice de 0,485 em 2015 ante 0,490 em 2014.

A Região Nordeste apresentou o maior nível de desigualdade entre salários (0,498), enquanto a Sul, o menor (0,441).

No entanto, a maior queda de concentração ocorreu no Sudeste do país, onde o índice saiu de 0,478 em 2014 para 0,471 em 2015. Em segundo lugar aparece a Região Centro-Oeste, com diminuição de 0,487 para 0,481 entre 2014 e 2015. Nessas duas regiões, a queda de desigualdade também foi puxada pela redução do salário dos trabalhadores mais bem remunerados.

Já no Nordeste, a redução da desigualdade foi pequena (de 0,501 para 0,498) porque os trabalhadores com os salários mais baixos é que tiveram uma queda maior.

Desigualdade de renda maior entre homens

Segundo a PNAD 2015, o rendimento médio mensal dos trabalhadores é mais desigual entre os homens (0,487) do que entre as mulheres (0,471). As maiores concentrações de renda entre homens ocorrem no Maranhão (0,551) e Distrito Federal (0,546), enquanto as menores ocorrem em Santa Catarina (0,413) e Goiás (0,412). Já entre as mulheres há mais desigualdade no Piauí (0,552) e menos em Santa Catarina (0,372).

Redução leve na renda dos domicílios

Quando considerado o rendimento médio mensal dos domicílios brasileiros, houve uma queda pequena no índice de Gini entre 2014 e 2015: saiu de 0,494 e foi para 0,493 nesse período.

A pouca variação aconteceu porque em duas regiões a desigualdade aumentou – na região Sul (de 0,445 para 0,449) e Norte (de 0,475 para 0,476) -, além de o índice se manter igual no Nordeste (0,491).

A diminuição nos índices do Sudeste e do Centro-Oeste é que deixou o saldo do país positivo. Enquanto no Sudeste o número caiu de 0,482 para 0,478, no Centro-Oeste variou de 0,500 para 0,493.

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