Agronegócio favorece crescimento do PIB e ajuda no controle da inflação
O crescimento do PIB-volume do agronegócio está estimado em 7,2% para 2017, considerando-se informações disponíveis até novembro/17, segundo indica pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Novamente, o ramo agrícola é que deu impulso para esse resultado, visto que deve registrar aumento de 9,3% em 2017. Para o ramo pecuário, a estimativa é de crescimento de 2,4%.
O desempenho excepcional da produção agrícola atrelou-se principalmente à boa produtividade, que, por sua vez, foi resultado de importantes investimentos em tecnologia aplicados no campo por esse setor e pelo clima favorável.
Ainda que a participação da agropecuária na economia como um todo seja relativamente baixa (5% em 2017), pesquisadores do Cepea destacam que o resultado positivo desse setor foi o grande responsável pelo crescimento do PIB nacional no ano, que, consideradas informações recentemente divulgadas pelo IBGE, cresceu 1% em 2017. Especificamente, 79% do crescimento de valor adicionado na economia decorreu do desempenho da agropecuária. Destaca-se, ainda, o papel da agroindústria, que cresceu 2,4% e contribuiu para o desempenho agregado positivo da indústria de transformação brasileira.
Apesar do expressivo crescimento em volume, 2017 foi marcado por fortes quedas de preços dos produtos do agronegócio. Por isso, a renda do setor segue pressionada por esse movimento de preços desfavorável. Na comparação de janeiro a novembro de 2017 com o mesmo período de 2016, os preços do agronegócio apresentaram decréscimo relativo de 10,8% em relação aos da economia como um todo.
CONTROLE DA INFLAÇÃO
Enquanto o movimento de queda dos preços relativos do agronegócio expressa a perda de rentabilidade da produção do setor frente à média da economia, destaca-se seu impacto positivo sobre a economia e a sociedade como um todo. Produzindo mais a menores preços, o setor contribuiu com um maior abastecimento, com a geração de divisas e com o controle da inflação. A inflação em baixo patamar, por sua vez, foi muito importante para garantir o bem-estar principalmente de uma parcela de mais baixa renda da população e também para permitir a queda observada na taxa de juros. No início do ano, a taxa Selic estava em 13% a.a. e, no final de 2017, caiu para 7% a.a., diminuição de expressivos 5 pontos percentuais. O IPCA acumulado chegou a 2,95% em 2017, menor acumulado anual desde 1998.
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