Economia | Da Redação | 04/02/2024 17h33

Com chegada da celulose, Bolsão de MS vê revolução econômica

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As pastagens do Bolsão Sul-mato-grossense, antes dominadas pela pecuária, começam a ganhar uma nova cara com plantações de eucalipto. Impulsionada pela chegada das primeiras fábricas de celulose em Três Lagoas, há cerca de 14 anos, uma revolução econômica está em pleno vapor.

O ‘boom’ de investimentos teve início entre 2009 e 2010, com as chegadas da Eldorado (@eldoradobrasil) e da Suzano (antes Fibria) na maior cidade da região. Foram bilhões injetados na economia do município, que viu sua população subir exponencialmente: em 2008, eram 88 mil moradores. Hoje, esse número já passa de 132 mil, segundo o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizado em 2022.

Os investimentos exigiram do Poder Público adequação da infraestrutura para os novos moradores. Mais hospitais, moradias e creches foram construídos. O saneamento básico também foi uma área que recebeu mais atenção dos poderes Executivo e Legislativo da cidade.

Assim, a região, rica em recursos naturais e com uma logística favorável, tornou-se atrativa para o estabelecimento de fábricas que buscam explorar a produção sustentável de celulose.

Além da presença em Três Lagoas (@nossatreslagoas), a Suzano chegou a Ribas do Rio Pardo (@prefeitura_ribas), a 100 quilômetros da capital, Campo Grande, por meio do Projeto Cerrado: construção da maior fábrica de celulose em linha única do mundo, com capacidade produtiva de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano.

O empreendimento está recebendo investimento de R$ 22,2 bilhões, um dos maiores do setor privado no Brasil na atualidade. Neste momento, a obra gera 10 mil empregos diretos, além de milhares de empregos indiretos. Quando entrar em operação, no segundo semestre de 2024, a nova unidade contará com 3 mil colaboradores próprios e de terceiros, segundo a assessoria de comunicação da empresa.

‘Bola da vez’ - O município de Inocência (@prefeituradeinocencia), de aproximadamente 7 mil habitantes, é a ‘bola da vez’ quando o assunto é produção de celulose. Um dos maiores conglomerados industriais no mercado global nos setores de celulose, produtos de madeira, reservas florestais e bioenergia, o grupo chileno Arauco vai instalar uma fábrica na cidade.

Segundo Mário José de Souza Neto, diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da Arauco (@araucobrasil), o Projeto Sucuriú produzirá 2,5 milhões de toneladas de celulose. “O projeto Sucuriú é estratégico e hoje direcionamos todos os esforços e energia da empresa nesta planta. Com ela, vamos aumentar em 25% a área plantada da Arauco no mundo”, afirmou o executivo.

Os investimentos estimados serão de aproximadamente R$ 15 bilhões. A planta industrial estará localizada a 50 km de Inocência e fica na margem esquerda do Rio Sucuriú, a 100 km do Rio Paraná, próximo à rodovia MS-377 e a 47 km da malha ferroviária, canais que garantirão a eficiência logística ao escoamento da celulose para exportação e para mercados como a região sudeste do País.

A previsão é que a Arauco comece a erguer sua planta a partir de 2025, finalizando a construção até o primeiro trimestre de 2028. No auge das obras, 12 mil empregos devem ser gerados, enquanto cerca de 2 mil postos de trabalho devem permanecer ativos nas operações industrial e florestal.

Para o prefeito da cidade, Toninho da Cofapi (@toninhodacofapi), a maior preocupação é com a população. “Precisamos planejar e organizar as necessidades para nós e o futuro de nossas gerações. Sabemos que as demandas serão grandes, rápidas, e com certeza impactantes, por isso temos que trabalhar muito. Precisamos do apoio e compreensão de toda sociedade, para que juntos possamos construir o desenvolvimento econômico e social de nosso município, que tanto almejamos, com o mínimo de problemas possíveis”, disse.

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