Mercado de eucaliptocultura é tema de painel realizado em MS
Mato Grosso do Sul já é tradicional no cultivo de eucalipto. Alguns produtores investem no segmento há mais de 40 anos. Este perfil trouxe ao Estado o Painel Eucaliptocultura do Mercado Futuro. A iniciativa da CNA, que aconteceu nesta quinta-feira (20) na sede do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, reuniu representantes do setor, técnicos e consultores para debater os desafios na relação produção e preço.
Consultores do Estado de Minas Gerais, maior silvicultor do Brasil, conduziram os trabalhos. Na percepção dos visitantes, o Estado é especialista no segmento. “A tecnologia adotada neste manejo é superior a de outros locais. Para o tipo ‘modal’ – propriedade típica da região escolhida por consenso, a renda anual obtida com o cultivo de floresta corresponde a 45%, enquanto o gado de corte representa 55%, o que dá um peso muito importante nessa composição financeira”, explica o engenheiro agrônomo, Valter Coelho da Rocha Neto.
Em outros pontos, o cenário estadual está bem semelhante ao restante do país. “O principal problema é o baixo preço em função da alta oferta de madeiras. Ainda assim, produtores que aplicam sistemas integrados (silvicultura e pecuária) obtêm retorno”, complementa Neto que falou também do fomento de forma intensiva o que acabou pegando muitos produtores de surpresa e que causou o que ele chama de ‘desbalanço’ no mercado.
Para o presidente da Reflore – Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, Moacir Reis a prioridade é a padronização de preços. “Temos base florestal para atender por muitos anos e importantes empresas instaladas na região, mas hoje o preço está 30% menor do que há seis anos. Precisamos de uma referência para a cotação local assim como já existe para commodities de boi e soja. Hoje utilizamos os parâmetros de São Paulo, apesar de realidades muito diferentes da nossa, uma vez que as características e os compradores são outros”, destaca.
O levantamento das informações é realizado por intermédio da metodologia denominada Painel, que consiste na definição da propriedade típica de produção em cada região de estudo. Um grupo formado por técnicos e produtores se reúne para definir um modelo de sistema de produção, mediante debates e preenchimento de planilhas de custos.
O projeto Campo Futuro alia a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de custos, de riscos de preços e gerenciamento da produção. Foram realizados 147 painéis para levantamento de custos de produção em 2016. A próxima parada da equipe é no Espírito Santo.
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