Defensoria Pública da União pede adiamento do 2º dia do Enem
A Defensoria Pública da União (DPU) pediu nessa segunda-feira (18) o adiamento do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) marcado para o próximo domingo (24). O pedido foi encaminhado à Justiça Federal. Além disso, o DPU pediu a remarcação da prova para todos os estudantes que não compareceram ao último domingo, que foi a prova de humanas, linguagens e a redação.
O encaminhamento foi feito à 12ª Vara Cível Federal de São Paulo, responsável pela liberação das provas. O motivo alegado pelo DPU é por conta da pandemia de coronavírus, visto que diversos alunos sequer conseguiram entrar nas salas para realização do exame por conta da lotação. Vale ressaltar que o Enem 2020 teve recorde de abstenções. Estavam inscritos 5.523.023 e faltaram 2.842.332, ou seja, 51,5%. Em 2019, a abstenção no primeiro dia foi de 23,1%.
Segundo o defensor regional de direitos humanos da DPU em São Paulo, João Paulo Dorini, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a União “não respeitaram o percentual de ocupação de salas com que tinham se comprometido, tendo induzido esse juízo a erro”. O Enem estava marcado inicialmente para o mês de novembro, mas por conta da pandemia de coronavírus foi adiado para janeiro.
Apesar da quantidade de faltosos, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, falou que a aplicação foi um sucesso. “Qualificamos como sucesso porque, no meio de uma crise, uma pandemia, conseguimos mobilizar milhões de pessoas com segurança, pra mim isso é um sucesso”.
Além disso, citou o movimento #AdiaEnem, que pedia a mudança de data da prova. “Um trabalho de mídia contrário ao Enem, muito injusto. Não foi o mesmo trabalho de mídia feito, por exemplo, contra a Fuvest.”
Já o presidente do Inep, Alexandre Lopes, também reforçou a opinião do ministro e disse que não houve “nenhum local de prova interditado por questões sanitárias. As normas de segurança do Inep foram cumpridas e as pessoas conseguiram fazer a prova com tranquilidade.”
Assim, agora cabe à Justiça Federal ou não aceitar o pedido de adiamento e reaplicação do Exame para os que faltaram. No primeiro dia, foram 90 questões: 45 de linguagens e 45 de ciências humanas e a redação com o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. Caso não seja adiado, o próximo domingo terá uma prova com duração de 5 horas com 45 questões de matemática e ciências da natureza.
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