Esportes | Com Veja.com | 20/08/2016 11h39

Entenda por que há tantos atletas militares

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Atletas posicionados no pódio, bandeiras sendo hasteadas, o Hino Nacional sendo tocado ao fundo e a mão estendida rija junto à testa. A posição que poderia ser vista como mais um gesto de respeito no momento solene indica, na verdade, que o medalhista é um membro das Forças Armadas. Na maioria das vezes, eles não buscaram a carreira militar, mas um lugar no programa criado para reforçar os times do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nas competições destinadas exclusivamente a militares.

O Programa Atletas de Alto Rendimento foi criado em 2008 e buscava melhorar o desempenho do Brasil em eventos como os Jogos Mundiais Militares, que seriam sediados no Rio três anos depois. Nele, esportistas profissionais são selecionados através de editais para integrarem as Forças Armadas. Com o tempo, o programa foi mantido e passou a ser útil para os atletas, que recebem dinheiro, e para os militares, que ganham publicidade positiva e um reforço em seus quadros esportivos.

Depois de aceitos no programa, os atletas a patente de terceiro-sargento e benefícios como soldo de cerca 3.200 reais mensais e acesso às instalações para treinar. É impossível treinar várias horas por dia para ser um atleta de alto nível e ainda ter de trabalhar para se manter e pagar as contas. Por isso, muitos atletas sem patrocínio ou apoio financeiro das confederações optam por entrar no programa militar. Eles passam por um treinamento básico por cerca de 45 dias – aprendendo a marchar e bater continência, por exemplo – e podem permanecer no programa por no máximo 8 anos. Os selecionados não se tornam oficiais e nem podem seguir carreira militar após o período.

O reforço dos atletas de alto rendimento no time de farda deu resultado. Na edição anterior ao programa, em 2007, na Índia, o Brasil terminou apenas em 33º no quadro geral dos Jogos Militares, com duas pratas e um bronze. Já nos Jogos Rio-2011, o país chegou ao topo pela primeira vez, com 45 ouros, 33 pratas e 36 bronzes. A competição mistura modalidades civis tradicionais, como basquete, judô e vôlei, com outras próprias, como paraquedismo, orientação e pentatlo aeronáutico.

Olimpíada do Rio

Na delegação da Olimpíada Rio 2016, são 145 sargentos-atletas, ou quase um terço da delegação brasileira. E eles conquistaram doze das quinze medalhas que o Brasil ganhou até agora. O programa tem 670 beneficiados atualmente, e apenas 72 deles já eram militares antes de ingressarem nele.

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