Infraestrutura | Da Redação | 15/02/2024 08h37

CCR investiu mais de R$ 2 bi na BR-163, mas duplicação segue empacada

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Mesmo com investimento bilionário feito pela CCR MSVia no trecho sul-mato-grossense da BR-163, a duplicação da rodovia, principal anseio dos usuários, quase não saiu do papel. A empresa assumiu a concessão há 10 anos com a promessa de duplicar os mais de 845 km em cinco anos, mas, até hoje, apenas 17%, cerca de 150 km, têm mão dupla.

Desde 2014, a empresa injetou na concessão cerca de R$ 2,1 bilhões em obras, equipamentos e serviços de melhoria. Cerca 4 mil trabalhadores diretos e indiretos foram empregados e treinados nas diversas atividades da empresa. Há também a execução dos ciclos de roçada e capina da faixa de domínio, manutenção da sinalização e a conservação do pavimento. Mas, a duplicação, só em alguns trechos.

Foram duplicados exatos 150,4 quilômetros da BR-163/MS. Houve, também, a construção de um novo trevo no km 258 da BR-163/MS, no município de Dourados. O novo dispositivo de 40 metros de extensão fica sobre a rodovia e está localizado no entroncamento com a avenida Coronel Ponciano, bem como a construção de uma rotatória na rodovia MS-156, “promovendo a segurança dos usuários e a fluidez do tráfego”, segundo a CCR.

Até o momento, as cidades de São Gabriel do Oeste e Jaraguari, no trecho norte, contam com as maiores duplicações: 39 km e 24 km, respectivamente. Já no trecho sul, a maior extensão já duplicada está em Caarapó: 21 km.

O desafio principal no início da concessão, segundo relatório de 2017 divulgado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), era duplicar mais de 800 quilômetros da BR-163 em cinco anos.

O valor bilionário gasto também foi voltado à implantação de um sistema operacional com 17 bases operacionais, compostas por uma frota de mais de 80 veículos e disponibilização de uma equipe de cerca de 500 colaboradores treinada e equipada para o atendimento ao usuário e serviços de atendimento pré-hospitalar.

A BR-163 tem 845,4 quilômetros de extensão e cruza todo o Mato Grosso do Sul, desde a divisa com o Paraná, na cidade de Mundo Novo, até a divisa com Mato Grosso, em Sonora.

A rodovia passa por 21 municípios, entre eles Campo Grande, e serve a mais de 1,6 milhão de habitantes. Seu papel é fundamental na logística de transporte da agroindústria, do comércio e do turismo.

Segundo a concessionária, o projeto da rodovia foi fortemente impactado pela crise econômica que abateu o país a partir de 2014, “afetando a remuneração da concessionária e elevando de forma expressiva seus custos financeiros”.

Além disso, outros fatores impactaram o projeto, tais como o aumento do preço do asfalto, o atraso no processo de licenciamento ambiental, as autorizações para obras apenas em trechos não contíguos “e a inclusão de diversas exigências não previstas no edital, comprometendo o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e, portanto, inviabilizando a continuidade das obras de duplicação da rodovia”.

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