‘Bola da vez’ da celulose, Inocência se prepara para desafio de ver população triplicar em 10 anos
Localizada no coração do Bolsão Sul-mato-grossense e com pouco mais de 8 mil habitantes, a pequena cidade de Inocência se prepara para ver sua população triplicar num prazo de 10 anos.
O município, que tem 64 anos de fundação e sua economia baseada no comércio e na pecuária, já vê sua paisagem mudar com a chegada das fábricas de celulose na região: saem os bois, entram os eucaliptos.
“Hoje, temos em torno de 8,4 mil habitantes. Mas, na verdade, temos 11 mil. Temos mais de 3 mil pessoas que trabalham no plantio de eucalipto. Isso trouxe muitos trabalhadores para a região. Nos próximos 10 anos, a cidade passará de 8 mil habitantes para 20, 25 mil”, projetou o prefeito da cidade, Toninho da Cofapi.
Há cerca de 15 anos as primeiras fábricas de celulose chegaram no Bolsão, com a Suzano e a Eldorado, no município de Três Lagoas. Com a proximidade das cidades, muitos inocencienses deixaram a criação de gado de lado e optaram por arrendar suas terras para o plantio de eucalipto.
No último ano, com o anúncio da instalação de uma fábrica chilena Arauco, a realidade da cidade mudou de vez.
“O preço dos alugueis subiram bastante. A demanda e a procura está sendo muito grande. Isso acaba prejudicando as pessoas que pagam aluguel. O preço dos imóveis subiu bastante também, tanto na cidade, como na zona rural. Essa tem sido a realidade do nosso município hoje”, segue o prefeito.
Segundo Mário José de Souza Neto, diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da Arauco, o Projeto Sucuriú produzirá 2,5 milhões de toneladas de celulose. Os investimentos estimados serão de aproximadamente R$ 15 bilhões.
A planta industrial estará localizada a 50 km de Inocência e fica na margem esquerda do Rio Sucuriú, a 100 km do Rio Paraná, próximo à rodovia MS-377 e a 47 km da malha ferroviária, canais que garantirão a eficiência logística ao escoamento da celulose para exportação e para mercados como a região sudeste do País.
A previsão é que a Arauco comece a erguer sua planta a partir de 2025, finalizando a construção até o primeiro trimestre de 2028. No auge das obras, 12 mil empregos devem ser gerados, enquanto cerca de 2 mil postos de trabalho devem permanecer ativos nas operações industrial e florestal.
“A Administração e Câmara Municipal trabalham, junto com o Governo e com a Arauco, para amenizar as demandas futuras, que serão muitas. Sabemos que nos próximos anos, especialmente a partir de 2025, teremos um incremento de população muito grande com a construção da fábrica. Precisamos nos adequar para ver se acontece o mínimo possível de problemas na cidade”, finalizou.
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