Internacional | Com Reuters | 11/04/2020 08h43

Itália vê ligeiro declínio em casos de coronavírus; Espanha vê recuo e desaceleração

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As mortes da epidemia de Covid-19 na Itália aumentaram em 570 nesta sexta-feira, menos do que as 610 do dia anterior, e o número de casos novos também diminuiu modestamente dos 4.204 anteriores para 3.951.

As cifras mais recentes confirmam em linhas gerais o que especialistas descrevem como uma estabilização de mortes e casos novos – que não estão mais acelerando, mas tampouco recuando acentuadamente.

O número total de óbitos desde que o surto veio à tona, em 21 de fevereiro, subiu para 18.849, disse a Agência de Proteção Civil, o mais alto do mundo.

O montante de casos confirmados oficialmente aumentou para 147.577, cifra só inferior às de Estados Unidos e Espanha.

Havia 3.497 pessoas em tratamento intensivo sexta-feira, menos do que as 3.605 de quinta-feira, a sétima redução diária consecutiva. Dos infectados iniciais, 30.455 foram declarados recuperados – um dia antes eram 28.470.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse na sexta-feira que o governo estendeu o bloqueio nacional para conter o coronavírus até 3 de maio, embora alguns tipos de lojas possam reabrir a partir de 14 de abril.

"Esta é uma decisão difícil, mas necessária, pela qual assumo toda a responsabilidade política", disse Conte, em entrevista coletiva.

As restrições draconianas à circulação e a paralisação imposta à maioria das lojas e negócios em toda a Itália tiveram início em 9 de março e estavam programadas para acabar na segunda-feira.

Entre algumas exceções à prorrogação do bloqueio, Conte disse que livrarias, papelarias e lojas que vendem roupas infantis podem reabrir a partir de 14 de abril.

Em outros comentários, ele disse que o acordo alcançado na quinta-feira entre os ministros das Finanças da zona do euro sobre um pacote econômico para ajudar os países do bloco "ainda é insuficiente", acrescentando que a Itália continuará a lutar pela emissão de dívida comum por meio de títulos em euros.

Espanha vê recuo em mortes do coronavírus e comemora Páscoa online

A curva no número de mortes do coronavírus se achatou mais nesta sexta-feira na Espanha, onde o governo se preparou para começar a amenizar um dos isolamentos mais rigorosos do mundo e comemorações de Páscoa online substituíram as procissões tradicionais.

Os espanhóis estão fora das ruas desde meados de março e registraram quase 16 mil mortes da doença conhecida como Covid-19 – o número mais alto de mortes depois de Itália e Estados Unidos.

Mas a desaceleração do índice de infecções e mortes permitiu que as autoridades cogitem uma suspensão gradual do isolamento.

"O governo está preparando novos cenários de amenização", disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, a jornalistas.

Embora várias autoridades tenham dito que o isolamento formal provavelmente continuará até maio, algumas restrições devem ser descartadas na segunda-feira para dar fôlego a uma economia paralisada.

A partir desta data, os trabalhadores de alguns setores, como a construção, voltarão a ter permissão para sair de casa e algumas fábricas reabrirão.

Um relaxamento maior do isolamento dependerá de uma análise da evolução da epidemia, disse Illa. "Estas são decisões muito complexas que exigem uma análise multidisciplinar."

Muitas pessoas voltarão ao trabalho, mas o distanciamento social deveria ser mantido, disse Maria José Sierra, vice-chefe do centro de emergências de saúde. "Daremos uma série de recomendações. O mais importante é, se há uma pessoa que mostra o menor sintoma, ela deve procurar o sistema de saúde e permanecer em autoisolamento."

A Espanha registrou nesta sexta-feira, 10, o menor número diário de mortes por coronavírus desde 24 de março. Foram 605 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde.

O número total de mortes é de 15.843 no país, o segundo mais afetado pela pandemia na Europa e em severo confinamento desde o dia 14 de março.

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