Melhorias | Da redação/ com Perfil News | 19/03/2016 09h38

Confira as maiores reivindicações dos três-lagoenses e o que tem sido feito pelo setor para atender a demanda

Compartilhe:

O Hojemais encomendou uma sondagem ao Instituto Compope (Consultoria Política e Pesquisas) e também foi às ruas para saber quais as maiores reivindicações da população quando o assunto é saúde. Entre os três itens mais citados estão: ter remédios nos postos de saúde e hospitais, melhorar o atendimento e aumentar o investimento no setor.

De acordo com a assessoria do departamento de saúde da prefeitura municipal, em 2015 Três Lagoas teve um investimento de R$ 131.252.000,80 na área da saúde e realizou exatamente 467.386 atendimentos na área de urgências, básicas e especializadas, ao longo do ano, “também melhoramos a infraestrutura de várias unidades, e estamos com oito obras em andamento que serão inauguradas ainda neste primeiro semestre de 2016”.

REINVINDICAÇÕES

A diarista Analice Gomes, 40, dá nota zero para a saúde de Três Lagoas e explica o porquê. “Saí da farmácia publica e não conseguiu o medicamento da minha filha que faz tratamento em Campo Grande por que aqui não tem médico. Preciso de dois remédios que estão em falta”.

Ela afirma que desde o ano passado sofre com a falta de medicamento “a farmácia do SUS está péssima, o postinho do meu bairro, Jardim Maristela é ótimo, mas não tem farmacinha mais, essa mudança foi ruim, pois preciso ir até o Santa Luzia ou no CEM (Centro de Especialidades Médicas) buscar, mas disseram que os remédios estão em falta na rede publica”.

Cleonice Marques, 51, veio de Água Clara várias vezes, e só conseguiu ser atendida na quarta viagem. “Tenho problema de coluna e o material de fazer o exame estava estragado, agora eu consegui, mas o resultado ainda vai levar 10 dias para sair”, Cleonice gasta R$60 reais com deslocamento fora alimentação, cada vez que vem para o município.

Orlando Antônio Garcia, 63, mora no Alto da Boa Vista, ele diz que lá não tem posto de saúde, “do lado que eu moro não tem nem agente, quando preciso de atendimento tenho que ir no posto do Santa Luzia, preciso chegar lá 4h da manhã por que se chegar às 7h não consigo ser atendido. Para quê tem essa saúde? E o dinheiro? O gato comeu?”, questionou, afirmando que a saúde está péssima.

Seu Orlando ainda disse “atender bem é uma obrigação, mas se não tem nem remédio o bom atendimento não resolve em nada. Tá sempre lotado, não tem nem banco pra sentar”, afirmou.

Maria Lúcia Santos, 57, criticou a demora para consultar com médicos especialistas. “A fila de espera para especialistas é muito longa, estou aguardando um ano para ser atendida por um especialista no Paranapungá”, em contra partida ela elogia a qualidade no tratamento de câncer no município, “estou fazendo um belo de um tratamento lá, tudo pelo SUS, com isso estou satisfeita”.

Ela conta que percebe que existem problemas na gestão que precisam ser melhorados. “Os funcionários alegam que muitas vezes o sistema está fora do ar, que os computadores não funcionam, vim já precisei ir ao posto quatro, até cinco vezes para agendar uma consulta”, pontuou.

A Adriana Andersen, 35 anos, veio de Bataguassu buscar especialistas “demorei 15 dias para conseguir a consulta por que o caso é urgente, mas na hora de agendar erraram de especialista”, ela precisava de um pneumologista e quando chegou foi atendida por um dermatologista, “foi uma falha deles, e agora vou esperar o dia todo para ir embora, e não sei quando serei atendida novamente”.

Já Maria Margarida Jamariquelo, 70, ficou quase um ano esperando uma consulta, relata que sofreu muito com dores e precisou ficar aguardando uma ligação até que surgisse uma vaga. Com o tempo a dor passou e outras surgiram, “fiz os exames e agora preciso esperar agendar o retorno, mas tudo demora, ou você morre ou você sara, e não tem onde reclamar”, criticou.

Marlene Fernandes, 60, também reclama da demora e da falta de medicamento. “Estou com uma receita de três medicamentos, mas só consegui um, é remédio de uso psiquiátrico e falta sempre, tem mais de três anos que uso, quando tem é um só, às vezes nenhum, e aí tenho que comprar, mas não tenho condições de comprar todos”, afirmou.

O QUE A SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE TEM FEITO?

A secretaria tem divido seu investimento em: Atenção Básica; R$ 51.650.284,64 em Assistência Hospitalar e Ambulatorial; R$ 1.486.396,46 em Assistência Farmacêutica; R$ 90.164,00 em Vigilância Sanitária; R$ 2.776.624,26 em Vigilância Epidemiológica; R$ 6.566,60 com Formação de Recursos Humanos e R$ 55.339.661,92 em Administração Geral.

E está trabalhando na Construção da UBS (Unidade Básica de Saúde) no Jardim Atenas, na construção da Unidade de Saúde do Programa de Saúde da Família do Jupiá, na construção da Unidade de Saúde do Programa de Saúde da Família do Nova Três Lagoas, está ampliando a Unidade de Atenção Básica de Saúde ESF Vila Haro, construindo uma Academia da Saúde Jardim Maristela, ampliando e reformando o USF (Unidade Básica de Saúde) Miguel Nunes, está construindo o Centro de Saúde do Trabalhador e reformando e ampliando o Centro de Controle de Zoonoses.

SOBRE A FALTA DE MEDICAMENTOS

De acordo com a Diretoria de Assistência em Saúde alguns medicamentos que a população vem reclamando que não encontram nos postos de saúde são remédios não pactuados pelo SUS. Desta forma a saúde pública não tem a obrigação de fornecê-los.

Sobre medicamentos pactuados, a prefeitura já comprou 100% dos medicamentos, possui em estoque 90% e aguarda a chegada do restante.

No Centro de Assistência Psicossocial (CAPS), a diretoria de Assistência em Saúde afirma que não há distribuição de medicamentos no local e que os medicamentos concentrados no Centro são direcionados apenas a pacientes assistidos pelos profissionais do local.

RECLAMAÇÕES

A assessoria afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) sempre tem uma expectativa da população: positiva ou negativa, e pensando nisso explica que existe a Ouvidoria da Saúde. Para atender a população e receber reclamações, sugestões, denuncias e elogios sobre o serviço público de saúde. “É com essa ferramenta que agimos sobre as reclamações e denuncias”, explica.

O cidadão pode se manifestar de forma anônima ou de forma identificada, assim que recebida à resposta do gestor é realizada uma devolutiva ao cidadão. “O objetivo deste trabalho é melhorar o serviço e atendimento. Se confirmada a apuração existe punição, advertência e pode inclusive resultar em processo disciplinar administrativo e até demissão”, explicou.

A população pode entrar em contato pelos telefones (0800-647-1091 / 3929-1279); pessoalmente (av. Eloy Chaves, nº 867 – Centro); carta (podem ser depositadas nas urnas que ficam na recepção da maior parte das Unidades de Saúde); e-mail (ouvidoria@treslagoas.ms.gov.br); e, formulário WEB (site portal da saúde do Ministério da Saúde).

De primeiro de janeiro deste ano até o dia 17, última quinta-feira a ouvidoria recebeu 06 denúncias, 49 reclamações e 11 elogios; 46 dos casos foram registrados por telefone, 37 por carta, 34 pessoalmente. 

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS