Política | Com Imprensa Senador Pedro Chaves | 23/03/2017 10h05

Pedro Chaves pede punição a quem cometeu crimes e assegura: nossa carne é forte !

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O senador Pedro Chaves (PSC/MS) ocupou a Tribuna do Senado na noite desta quarta-feira (22) para defender punição rigorosa a todos que, comprovadamente, cometeram os crimes apurados na Operação Carne Fraca, deflagrada semana passada pela Polícia Federal, mas advertiu que um problema restrito a uma parcela mínima de frigoríficos e fiscais federais não pode ser generalizado, comprometendo a credibilidade da cadeia produtiva da carne em todo o país.

“ Eu quero que apurem os fatos e de minha parte estarei atento e acompanhando os desdobramentos da operação. Que os frigoríficos e os funcionários ligados ao caso sejam julgados com o rigor implacável da nossa lei. Defendo que o Brasil seja passado a limpo em todas as dimensões. Quem errou que pague por seus atos, como qualquer cidadão. Mas a generalização das coisas e fatos não é algo inteligente. Quem trabalha com essa perspectiva pode estar atendendo a interesses nem sempre defensáveis. Nenhum país do mundo tem a tradição e as condições sanitárias que conquistamos com muito trabalho, na fazenda, no abate e na comercialização”, afirmou o senador.

Carne forte - O parlamentar disse estar assustado ao perceber que, em poucas horas, a melhor carne produzida no mundo passou a ser chamada de “fraca”. “Como é que a Policia Federal chama a nossa carne de fraca? Só as intrigas e disputas por espaço político, como sugerem alguns analistas, podem explicar essa lamentável denominação da operação. Ao contrário, nossa carne é forte ”, assegurou.

Pedro Chaves, que também é produtor de bovinos, acompanhou, de perto, o esforço e as mudanças que o mercado da carne e de aves vivenciou nos últimos 40 anos no Brasil, para conquistar parte importante do mercado mundial de proteína animal. 

“Da fazenda até as gôndolas dos supermercados e açougues, existe um processo de inspeção ativo e muito eficaz. As regras sanitárias são rigorosas, inclusive por força de contrato, os frigoríficos são obrigados a seguir os protocolos sanitários internacionais. Para atender a esse nível de cobrança e sofisticação, aos poucos, a cadeia econômica da carne brasileira desenvolveu amplo trabalho de pesquisa, melhoramento, treinamento e fiscalização. Em todo lugar nossa carne goza de imenso prestígio. Os consumidores sabem que nosso rebanho é alimentado de capim, criado no pasto, seguindo o que há de mais moderno no campo da sanidade animal. Tanto isso é verdade que exportamos nossa carne para mais de 160 países. Dados de 2016 indicam que o Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina e de frango do mundo e ocupa o primeiro lugar como exportador de carne bovina. Em 2016, por exemplo, foram exportadas 6,7 milhões de toneladas de carne. Esse esforço do empresário brasileiro rendeu ao pais um total de US$12 bilhões. O mercado da carne e de ave emprega mais de 7 milhões de trabalhadores. Daí que não consigo entender como o esforço de várias gerações de homens e mulheres pode estar ameaçado em função de uma suposta iniciativa, ilícita, de alguns funcionários do Ministério da Agricultura e de dirigentes irresponsáveis de frigoríficos”, argumentou.

Consequências - O senador está preocupado com as consequências econômicas e políticas que a operação da Polícia Federal está trazendo para o mercado da carne e adverte que o episódio, se não for bem administrado, pode comprometer a dinâmica de uma das cadeias econômicas mais importantes do Brasil.

“A cadeia da carne está organizada em rede. O que acontece em um elo dela tem repercussão imediata em todo mundo. Os problemas já apareceram e são muitos. A China, a União Europeia, o Japão, a Suíça, Hong Kong e o Chile suspenderam a compra da nossa carne. No mercado interno, os frigoríficos pararam de comprar dos produtores. Recebi telefonemas de amigos e amigas de Mato Grosso do Sul que atuam no mercado da carne. Eles querem saber o que vamos fazer para estancar a crise porque os prejuízos já começaram a ser contabilizados”, assegurou.

O senador ressaltou que Mato Grosso do Sul é um importante produtor de proteína animal. Somente no primeiro bimestre desse ano, o estado exportou US$ 48,5 milhões em carnes desossadas e congeladas de bovino, US$ 43 milhões em pedaços e miudezas de frango congelado, além de US$ 23,5 milhões em carnes desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas.

“Cabe lembrar que parte considerável da carne produzida em Mato Grosso do Sul é exportada para a China e para o Chile. Coincidentemente esses dois países foram os primeiros a suspenderem a compra da nossa proteína”, lamentou.

Otimismo - Apesar dos problemas, Pedro Chaves está otimista e acredita que, a curto prazo, tudo estará esclarecido.

“Eu vejo que o Congresso Nacional está empenhado em conhecer o problema e encontrar a solução. Os seguidos pronunciamentos das senadoras, senadores, deputadas e deputados federais indicam que estamos unidos para encontrar um caminho que devolva aos integrantes desse mercado a paz e a tranquilidade que tanto precisam para continuar trabalhando e produzindo alimentos de qualidade. O governo federal, por sua vez, também está agindo com rapidez. As respostas que a população brasileira e os parceiros internacionais estão pedindo o governo está fornecendo. Foi criada uma força tarefa, liderada pelo ministro Blairo Maggi, para explicar o que de fato aconteceu e indicar medidas preventivas para o futuro. Com a verdade, paciência e muito diálogo, o Brasil vai esclarecer os fatos e criar as condições para que o mundo continue consumindo, com tranquilidade, a nossa carne, que é a mais segura e saborosa do mundo”, finalizou.

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