Inocência e Água Clara vão debater obras de hidrelétricas

As comunidades de Água Clara, Inocência e Chapadão do Sul vão debater a construção de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). A construção do empreendimento será discutida em audiências públicas promovidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), nas quais já foram protocolados pedidos de licenciamento ambiental. 

As audiências públicas estão previstas em resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e da antiga Secretaria de Meio Ambiente (Sema). A população das três cidades estão sendo convocadas por edital.

Água Clara já compartilha uma hidrelétrica de pequeno porte, a hidrelétrica São Domingos, com potência instalada de aproximadamente 48 MW e capacidade de geração de 36,9 MW de energia por meio de duas turbinas. A barragem para formação do lago tem 32 metros. 

A UH São Domingos produzirá energia suficiente para beneficiar 550.695 habitantes e atender aproximadamente 172.632 residências. Ela está localizada no rio Verde, na divisa de Água Clara com Ribas do Rio Pardo. 

AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

De acordo com a Semac, em Água Clara será apresentado o Relatório de Impacto Ambiental da PCH Bandeirante. A audiência pública será no dia 9, às 19h, na Câmara Municipal, situada na avenida Benevenuto Ottoni, nº 16, Centro.

Em Inocência, será apresentado o Relatório de Impacto Ambiental da PCH Areado, que se encontra em processo de licenciamento ambiental. A audiência pública será realizada no dia 10, às 19h, no Centro Cultural Lazara Lessonier, na avenida Juracy Luis de Castro, s/nº, Centro.

Em Chapadão do Sul será apresentado o Relatório de Impacto Ambiental da PCH Bandeirante e PCH Areado, ambas com influência em área do município de Chapadão do Sul. A audiência acontece no dia 11, às 19h, na Casa do Produtor – Sindicato Rural, localizado na avenida Brasil, 400ª, Parque União.

PEQUENAS CENTRAIS

As PCHs são pequenas centrais hidrelétricas que se caracterizam pela potência máxima de até 30 MW e reservatório com área igual ou inferior a 300 hectares (3 km²), conforme define resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)). A área do reservatório é delimitada pela cota d’água associada à vazão de cheia, com tempo de recorrência de 100 anos.

Diferentemente de uma usina hidrelétrica de grande porte, as PCHs não se utilizam de reservatórios para armazenagem de grandes volumes de água. Elas operam com fio d’água, ou seja, permitem a passagem contínua de toda a água com uma capacidade nominal mais estável. As PCHs aproveitam a força da correnteza e a vazão natural dos rios sem precisar estocar água. Além disso, requerem uma pequena área inundável, muitas vezes equivalente ao nível das cheias do rio.

As PCHs representam geração de energia limpa a um custo ambiental pequeno. Apesar desta simplicidade e do baixo impacto, passam por todas as etapas do processo de licenciamento ambiental (EIA-RIMA, emissão de LP, LI e LO, com programas de controle e mitigação ambiental).