Sistema Penitenciário | Com Portal do MS | 30/05/2018 08h13

Reeducandas de Três Lagoas participam do grupo Recomeçar

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Com o intuito de combater a dependência química entre as custodiadas, foi implantado no Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas (EPFTL) o projeto Recomeçar. As atividades consistem em reuniões semanais com dinâmicas em grupo, palestras, apresentações de vídeos motivacionais, filmes e oficinas criativas.

Os trabalhos tiveram início há pouco mais de três meses com a participação de 12 reeducandas, que passaram por uma triagem antes de iniciar no grupo. As reuniões acontecem todas as quartas-feiras, no período vespertino, e são coordenadas pelas agentes penitenciárias da área de Assistência e Perícia, Sandra Elisa Ferreira de Amorim (assistente social) e Juliana Muniz de Freitas (psicóloga).

Coordenada pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da Divisão de Promoção Social, a iniciativa busca promover a conscientização sobre os efeitos das drogas, o enfrentamento e a superação dessa problemática entre as custodiadas.

O grupo funciona baseado nos 12 Passos dos Narcóticos Anônimos (NA) e na dialética do “ensinar-aprender”, proporcionando uma interação entre as pessoas, na qual tanto aprendem como também são sujeitos do saber, mesmo que seja apenas pela própria experiência de vida.

Uma vez por mês, a reunião no EPFTL conta com a participação de integrantes do Grupo Narcóticos Anônimos da cidade de Araçatuba (SP), que partilham situações vividas durante e após o uso de drogas, ajudando a fortalecer ainda mais os encontros.

Dentre as atividades realizadas estão as oficinas de arte e artesanato, que são uma estratégia para atrair e manter o grupo unido, valorizando as habilidades e conhecimentos individuais e a criatividade das participantes. Além disso, o acompanhamento individual psicológico e social também é oferecido.

Apesar de estar atrás das grades, a reeducanda R.S.C. afirma que participar desse projeto a fez descobrir coisas diferentes capazes de lhe ajudar a lidar com as situações conflituosas e assim tentar lá fora ser feliz e estar com as pessoas que a amam de verdade e que não soube valorizar por estar sob efeito de drogas.

Conforme a diretora da unidade penal, Leonice Miranda Rocha Guarini, a implantação de projetos que contribuem na superação do vício de entorpecentes era almejado há algum tempo, pois atenderia muitas reeducandas. “Não encontramos resistências por parte delas, muito pelo contrário, se manifestaram favoráveis. Na maioria das vezes, só precisam de oportunidade para dar o primeiro passo em direção a um outro tipo de vida e esse projeto é o incentivo que muitas precisavam”, destaca a diretora.

Segundo o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, ações de enfrentamento à dependência química são desenvolvidas em diversos presídios de Mato Grosso do Sul. “O foco é proporcionar mudanças na vida de muitos internos, mesmo porque é um momento de conscientização sobre o uso abusivo das drogas e suas consequências negativas”, ressalta.

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