Três Lagoas | Da redação/com Perfil News | 27/06/2014 11h58

Burocracia empaca projeto de monitoramento por câmeras

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o comandante Monari observou o crescimento da cidade no aspecto socioeconômico e por isso a necessidade de maior policiamento e vigilância o comandante Monari observou o crescimento da cidade no aspecto socioeconômico e por isso a necessidade de maior policiamento e vigilância (Foto: Edivelton Cologi)

Três Lagoas (MS) - A cidade de Três Lagoas passou por vários ciclos de desenvolvimento que foi iniciado com a pecuária através da feira do gado, que atraía comitiva da região para comercializar o rebanho. Em seguida veio a construção da ponte ferroviária Francisco de Sá, que ligou o então estado e Mato Grosso com São Paulo através dos trilhos da noroeste do Brasil.

Outro fator que impulsionou a economia local, gerando empregos e renda foi a construção da usina hidrelétrica Souza Dias (Jupiá), obra que atraiu para o município milhares de trabalhadores de várias regiões do país. Atualmente o ciclo que impulsiona a economia local são as indústrias que se instalaram na cidade nos últimos dez anos.

Mas, se por um lado a administração do município comemora esses investimentos, por outro a cidade fica impactada com a chegada de milhares de trabalhadores e técnicos que migram para Três Lagoas em busca de melhores oportunidades.

Porém o sistema que poderia em breve estar sendo inaugurado está atravancado pela burocracia, cujo processo ainda tramita entre a Prefeitura Municipal de Três Lagoas e a direção da Petrobrás (Petróleo Brasileiro S/A).

Enquanto isso, a construção do prédio que abrigará a central de monitoramento nas dependências do 2° Batalhão de Polícia Militar, está com 95% das obras concluídas, à espera do mobiliário e equipamentos para a ativação do sistema.

Fonte da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão afirmou que a licitação deve acontecer em breve e a partir disso o processo de instalação das câmeras terá início. “Tivemos que desmembrar o projeto para atender exigências da Petrobrás, detalhando a planilha com referência a instalação dos postes onde as câmeras vão ser fixadas, assim como os equipamentos e mobiliário”, argumentou a funcionária do órgão.

A secretária Carmen Lúcia Ribeiro Goulart, titular da Pasta, confirmou tal informação, acrescentando que, efetuada a licitação, 45 dias depois poderá ser concretizada a ordem de serviço para início das obras de instalação de postes, câmeras e outros itens do projeto. “O projeto tem duas fases: a primeira com a localização dos pontos onde vão ser instaladas as câmeras e o devido posteamento, assim como a construção do prédio da central; depois, a licitação para aquisição das câmeras e outros equipamentos”.


PROCESSO COMPLEXO

O engenheiro Luiz Gustavo Lourenço Guerra, que está acompanhando a execução do projeto, disse que o processo é complexo e realmente exige desmembramento de ações, “desde a parte elétrica até pessoal que vai fazer a instalação do sistema, assim como a parte civil (construção do prédio, a cargo da Polícia Militar) e autorização da empresa energética”.

Luiz Gustavo atenta ainda pela qualidade técnica do projeto, que exige a aquisição de postes especiais para a instalação das câmeras, por exemplo. “Tem que ter 15 metros de altura; não é qualquer câmera que pode ser instalada, não é uma qualidade ‘x’ de pouca qualidade, senão vai haver reclamação”, observou.

Uma das maiores dificuldades para dar seguimento ao processo licitatório e consequente aquisição dos equipamentos, segundo o engenheiro, fica por conta da pesquisa de empresas especializadas e de preços. Como sabem que é uma Prefeitura que está fazendo a tomada de preços, as empresas se mostram retraídas na participação do levantamento. “Muitos nem dão bola”, revelou Luiz Gustavo. E por isso a demora no processo.


Poucos ajustes estão sendo realizados no prédio que vai abrigar a central de monitoramento, que funcionará junto com o Copom (Centro de Comunicação da PM – o 190), nas dependências do 2° BPM. Conforme o comandante tenente-coronel Wilson Sérgio Monari, 95% das obras, que foram iniciadas em outubro do ano passado, já estão concluídas.

A instalação do sistema atende alguns critérios como o número de atendimentos, locais com maior volume de aglomeração de pessoas, especialmente a área central, Praça Ramez Tebet e Circular da Lagoa, além de vias consideradas rotas de fuga, como grandes avenidas, bairros periféricos. “A intenção é reduzir pelo menos 40% das ocorrências de furtos, principalmente”, observou Monari.


Para o comandante, o sistema de monitoramento tem também a função de inibir a ação criminosa. “Quem não acredita e persiste em praticar delitos vai parar na prisão”, alertou Monari. Para ele, a ativação do sistema permitirá agilidade às ações da Polícia Militar, podendo chegar o mais rápido aos locais onde ocorreu o delito. “Muitas das câmeras serão em 360°, ou seja, poderão mostrar imagens em diversos ângulos”, colocou.


Três Lagoas não é a primeira cidade do Estado a ter o sistema de monitoramento. Paranaíba e Cassilândia já possuem pontos vigiados por câmeras. “Mas, o daqui é mais completo e moderno”, garante coronel Monari, avaliando a qualidade do serviço a ser instalado na cidade.


Monari disse ainda que o sistema permitirá que o operador (que vai receber treinamento específico para o trabalho) amplie a imagem onde possivelmente esteja ocorrendo um crime. “Ao notar alguma coisa errada, o operador poderá acessar a imagem em outra câmera e ter somente aquele imagem ampliada, visualizando melhor os fatos”, explicou.

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