Chuva volta castigar moradores de Três Lagoas

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As chuvas de ontem à tarde castigaram novamente Três Lagoas. Diversos bairros e casas ficaram alagados com a chuva que começou por volta das 12h. Os pontos mais críticos onde algumas casas inundaram foram o Jardim Alvorada, nas proximidades da escola Maria Eulália Vieira, na ruaYamagutiKankiti, perto da UPA , Vila Carioca, Vila Alegre e Parque São Carlos.

Muitas ruas no Vila Nova, no centro, Interlagos, no Jardim das Violetas, assim como a João Gonçalves de Oliveira, ao lado do quartel, ficaram inundadas. Um caminhão que transporta lixo ficou atolado em uma rua no bairro Vila Verde. No centro da cidade, que é dotado de pavimentação asfáltica e drenagem, a água da chuva quase invadiu os estabelecimentos comerciais.

Segundo o meteorologista da Uniderp, Natalio Abraão Filho, a maior parte da precipitação ocorreu entre às 12h30 e 13h10 de ontem, com 42 mm registrados. O resto da tarde a chuva foi mais leve.

Morador há anos no Jardim Alvorada, Nelson José Carrijo, disse que todo ano é essa situação. Segundo ele, basta uma chuva mais intensa, para que as casas inundem. “O ex-secretário, Getúlio disse que a única solução seria a gente mudar daqui, e eu pergunto: Nós vamos para onde? Aqui é só fazer uma galeria, nessa avenida e fazer uma vazão para a água escoar para o outro lado da avenida Capitão Olyntho Mancini”, opinou.

De acordo com ele, vários moradores já procuraram a justiça para entrar com ação contra a Prefeitura pedindo providências. Ele, inclusive, foi um dos que já ganhou uma ação por ter perdido vários móveis, mas ainda não recebeu o dinheiro da indenização, já que a Prefeitura recorreu. “Ninguém vem aqui resolver essa situação, e toda chuva que dá vocês da imprensa estão aqui de testemunha para registrar como fica”, reclamou.

Ainda de acordo com o morador, em meados de 1965 até 1968, antes de construir a avenida Capitão Olyntho Mancini não existia esse problema. “Depois disso, todo chuva forte alaga as casas. Eu já até construí uma cama de caixote para não ter que ficar gastando dinheiro comprando móveis”, disparou.

Nair Mota da Cruz, de 80 anos, residente no Jardim Alvorada há 45 anos, foi outra moradora que teve a casa alagada com a chuva de ontem à tarde. “É só começar o período das águas para gente ficar nessa situação. Mesmo com as comportas que colocamos nas portas não resolve, a água acaba entrando nas casas. Eu, com 80 anos e meu marido com 87, temos que ficar aqui limpando e tirando o barro da casa depois da chuva”, contou.

Raul Peregrino da Silva, de 87 anos,classificou essa situação no Alvorada, como vergonhosa. “Há 45 anos eu moro aqui, e ninguém conseguiu resolver esse problema”, desabafou o idoso, que estava com a sua esposa tirando a água e lama da casa.

BAIRROS CARIOCA E SÃO CARLOS SÃO AFETADOS

Além do Jardim Alvorada, moradores da ruaYamagutiKankiti  na Vila Carioca e do Parque São Carlos também foram prejudicados, mais uma vez, com as chuvas. Segundo o comerciante, Carlos Garcia de Oliveira, foi feito uma galeria na região, mas não resolveu todo o problema decorrente das fortes chuvas. 

“O problema é que não existe limpeza nas bocas de lobo, eu falo isso porque fiscalizo o meu bairro. Aqui não tem fiscal da Prefeitura para passar verificando se existe limpeza ou não. A prefeita, coitada, não tem condições de ver tudo, ela tem os assessores que deveriam ver essa situação, mas não veem” comentou.

Na opinião do comerciante, os vereadores também deixam muito a desejar, pois não ajudam a verificar os problemas da cidade. “Eles nem passeiam pelo bairro. Deveriam estar aqui nesse momento para tentar ajudar, mas não fazem nada a favor da população”, acrescentou.

Moradores amarraram cordas de um lado e do outro da ruaYamagutiKankiti para proibir veículos, principalmente os ônibus de trafegarem pela via e jogar mais água para dentro das residências. “Se a gente não tivesse colocado essa corda a situação seria ainda pior, mais água teria entrado nas nossas casas”, contou Priscila de Paula.

PREFEITURAEm nota, a Prefeitura informou que a Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação, junto do Departamento de Defesa Civil, estão monitorando os pontos críticos da cidade devido a corrente chuva que iniciou na tarde de ontem.

Segundo o secretário de Infraestrutura, Walter Garcia, choveu 62 mm durante 3 horas próximo ao Residencial Novo Oeste e 58 milímetros, pelo mesmo período, próximo ao 5º Grupamento do Corpo de Bombeiro.