Três Lagoas | Da redação/com JPTL | 06/08/2013 16h52

Estimativa diz que cidade tem quase um veículo para cada habitante

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Três Lagoas (MS) - Por mês, uma média de 300 a 500 novos veículos são emplacados em Três Lagoas. A estimativa é baseada nos dados do Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS). Conforme o levantamento, até junho desse ano, a cidade contava com um total de 63.388 veículos cadastrados junto ao órgão. O número equivale a um aumento de 11% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando a cidade contava com uma frota de 57.095 veículos. Em seis meses, a frota cresceu 3%  - até janeiro desse ano, o número de veículos registrados no Detran era de 61,4 mil veículos.

Entre os veículos predominantes no trânsito três-lagoense, estão os automóveis, responsáveis por mais de 40% de toda a frota, com um total de 27.986 unidades em circulação, sendo 3.370 a mais quando comparado com o primeiro semestre do ano passado.

Em segundo lugar estão as motocicletas (motociclos), com uma frota de 17.908 veículos – 664 veículos a mais do que em 2012. Elas são seguidas, à distância, pelas motonetas, que correspondem a 5.896 veículos com placas da cidade – 546 emplacadas de um ano para outro. Mas o aumento maior foi registrado no emplacamento de caminhonetes. Entre junho de 2012 a junho desse ano, a cidade ganhou 699 novos veículos. Ao todo circulam 5.210 veículos desse modelo.

No entanto, segundo a diretora do Departamento Municipal de Trânsito (Deptran), Creuza Ramos, este índice pode ser ainda maior. De acordo com ela, o Detran de Mato Grosso do Sul contabiliza apenas os veículos emplacados no município. Somados aos veículos vindos de outras localidades, a frota de Três Lagoas pode chegar a nada menos que 81 mil veículos em circulação. “Trata-se da chamada ‘frota flutuante’ que temos e que corresponde a 30% dos veículos em circulação na cidade. São carros de pessoas que se mudaram há pouco tempo para a cidade ou até mesmo a frota de caminhões e ônibus trazidos pelas empresas. Tudo isso impacta no trânsito da cidade”, disse. Os dados do Detran apontam ainda que os caminhões também tiveram aumento expressivo, 118 de um semestre para o outro. Até junho, a cidade tinha 1.660 veículos dessa categoria com placas de Três Lagoas. Já ônibus eram 462 em circulação há dois meses.

Creuza explicou que, atualmente, a frota de Três Lagoas se aproxima para a porcentagem de um veículo para cada habitante, levando em consideração os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia (IGBGE) que estima uma população de 105 mil habitantes. “Mesmo se contarmos uma população de 110 mil habitantes, já teríamos passado, e muito, a média de um veículo para cada dois habitantes”, decretou.

Individual

No entanto, Creuza defende que este é um fenômeno que não se restringe a apenas Três Lagoas. No Brasil, explicou a diretora, existe uma política de incentivo para a compra de veículos particulares e não há incentivo para o transporte coletivo. “Ao contrário de países como Japão ou da Europa, onde se investe em transportes públicos de qualidade, para atender tanto ao operário quanto o executivo, no Brasil, predominam os incentivos para compra de veículos, facilitando compras através da concessão de financiamentos e incentivos fiscais, como é o caso do IPI reduzido”, lembrou.
 
Trânsito mais lento

O resultado desse aumento expressivo é o estrangulamento do tráfego, tanto nos grandes centros, quanto em cidades em desenvolvimento acelerado, como Três Lagoas, e, consequentemente, o aumento do número de acidentes de trânsito. Nesse segundo quesito, no entanto, a diretora de trânsito explica que a cidade está bem. Ao invés de aumentar, os índices de acidentes de trânsito no perímetro urbano reduziram de um ano para outro.

Em contrapartida, o três-lagoense tem demorado mais para chegar ao local de destino. Um dos maiores exemplos existentes é o tráfego pela avenida Clodoaldo Garcia durante horários de pico. A via é uma das principais ligações entre “os dois lados” da cidade, cortados pela linha férrea.  “Acredito que este caso será resolvido assim que for feita a revitalização da área central. Mas, se não aumentar as rotas existentes para equalizar o fluxo de veículos, a tendência é de o tráfego de veículos ficar cada vez mais lento. No entanto, não se trata apenas de ações do poder público. A população também precisa dar sua parcela de contribuição”, destacou.

Para a diretora de trânsito, além de buscar novas rotas, o três-lagoense precisa repensar o uso do automóvel. “Às vezes, a pessoa e o vizinho trabalham na mesma região, mas usam carros separados. Por que não irem juntos? Saí mais barato e ainda ajuda no trânsito da cidade”, destacou.

Atualmente, o Departamento de Trânsito estuda novas mudanças para aumentar a trafegabilidade em Três Lagoas. Entre as mudanças, está a transformação de algumas vias em mão única. As mudanças deverão ser anunciadas assim que o estudo for concluído. A pavimentação asfáltica também colabora para a criação de novas rotas.

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