Três Lagoas | Da redação/com Jornal do Povo | 07/04/2014 09h28

Fibria aguarda conclusão do contorno ferroviário

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Três Lagoas (MS) - Assim como a população de Três Lagoas, a Fibria também aguarda com ansiedade a conclusão das obras do contorno ferroviário para dar início à construção de um ramal ferroviário com cerca de 40 quilômetros, que vai ligar a fábrica de celulose até o contorno.  Esse ramal da Fibria já era para estar pronto, assim como a própria obra do novo traçado ferroviário.

A empresa de celulose só não executou essa obra ainda devido à indefinição do contorno ferroviário, iniciado em 2010, e que até hoje não foi concluído. O Jornal do Povo apurou que a Fibria está com receio de construir esse ramal e a obra do contorno não ser concluída. No início dessa semana, uma equipe da empresa esteve visitando as instalações do aterro sanitário, já que o ramal ferroviário vai passar próximo ao local. Diante disso, alguns ajustes deverão ser feitos na área onde encontra- se o aterro sanitário.

O projeto da implantação do ramal ferroviário já está aprovado. A intenção da empresa é eliminar o uso de caminhões, para que o transporte de celulose seja feito exclusivamente pela ferrovia, iniciando de dentro da própria empresa. Atualmente, a celulose produzida pela Fibria é transportada em caminhões até um barracão da empresa, localizado no bairroJupiá, em Três Lagoas, e depois embarcada em vagões e transportada por locomotivas até o porto de Santos.

A conclusão do contorno ferroviário e a construção do ramal da Fibriapermitirá que os trens da ALL carregados com celulose não passem mais pelo perímetro urbano de Três Lagoas, parando o trânsito nas passagens de níveis em razão das manobras. Moradores do Jupiá, assim como as pessoas que querem ir ao bairro, às vezes, também tem que aguardar os trens que ficam parados na passagem de nível enquanto o carregamento da celulose é feito.

PETIÇÃO
Matéria publicada no Valor Econômico informa que a Fibria,fabricante de celulose e grupo Votorantim, pretendem protocolar petição no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para reclamar do contrato de operação ferroviária para transporte de açúcar firmado em 2009 entre a concessionária ALL e a Rumo Logística, controlada do grupo Cosan.

A ALL carrega fardos de celulose para a Fibria, oriundos de sua fábrica de Três Lagoas, usando os trilhos da malha Novoeste (de bitola estreita) da ALL. Já a celulose fabricada em Jacareí (SP), segundo informação da Rumo, é transportada pela concessionária de ferroviária MRS Logística.Ainda, segundo a publicação, a TCA Logística e Transportes também deve protocolar mais uma manifestação no órgão antitruste pedindo a concessão de medida preventiva para sustar os termos do contrato que foi assinado pela ALL com a Rumo.A Fibria e a TCA querem mais espaço na ferrovia da ALL e, por isso, contestam o contrato que daria atendimento prioritário no uso dos trilhos pela Rumo.
De acordo com o Valor Econômico, a TCA, sediada em São José do Rio Preto (SP), entrou com a primeira reclamação no Cade, em dezembro. A Fibria se manifestou no fim de fevereiro.Agora, ambas vão retornar ao órgão antitruste, pois apesar de ter sido aberto inquérito para apurar o uso da ferrovia e o contrato ALL-Rumo, o Cade não interferiu no mesmo. "A medida preventiva urge. Ela é necessária, pois a situação é gravíssima", afirmou José Del Chiaro, advogado que atua para a TCA.
 
Segundo a empresa, as negociações de contratos para escoar açúcar devem ser fechadas até 15 de abril. O problema é que a situação atual na ferrovia estaria dificultando quem gostaria de ter espaço nos vagões da ALL, alega a empresa. "Vamos pleitear que o Cade nos dê o direito de transportar nessa ferrovia", enfatizou Del Chiaro, ao Valor Econômico.


        

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