Três Lagoas | Da redação/com JPTL | 18/09/2013 11h28

Ministério Público do Trabalho apura possíveis irregularidades no Sintricom

Compartilhe:

Três Lagoas (MS) - O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Três Lagoas abriu inquérito civil público para apurar possíveis irregularidades administrativas e financeiras no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Imobiliário (Sintricom). Simultaneamente a essa providência, uma comissão de trabalhadores planeja realizar no início do próximo mês uma assembleia para solicitar a destituição da atual diretoria do Sintricom, eleita em abril desse ano.

Essa não é a primeira denúncia de possíveis irregularidades em relação ao sindicato. No ano passado o Ministério Público do Trabalho teve que nomear uma Junta Governativa Interina para administrar a entidade sindical, em consequência da concessão de tutela antecipada deferida em ação civil pública, ajuizada em razão de fortes indícios de irregularidades e fraudes na gestão da antiga diretoria do sindicato.

A ação contra a antiga diretoria do Sintricom continua tramitando na justiça. Entretanto, um novo inquérito civil público foi aberto no dia 21 de agosto desse ano, agora contra a atual diretoria do sindicato. Para completar, um grupo de trabalhadores procurou o MPT no início desse mês para apresentar novas denúncias e solicitar providências por parte do órgão.

Conforme a ata de audiência, o procurador do MPT, Carlos Eduardo Almeida Martins de Andrade, esclareceu que já tramita na procuradoria investigação sobre eventuais irregularidades e que medidas para eleger uma nova diretoria poderiam ser adotadas diretamente pelos trabalhadores.  Existem denúncias na justiça também de que houve irregularidades na eleição que ocorreu em abril, quando foi eleita a nova diretoria.

Além disso, o conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Três Lagoas, o advogado André Floriano de Queiroz, solicitou do MPT apurasse, se o dinheiro que o Sintricom arrecada está sendo bem aplicado pela diretoria a favor dos trabalhadores. Isso ocorreu, segundo ele, a partir do momento que um veículo do Sintricom foi apreendido por perturbação de sossego, cujo som estaria avaliado em R$ 10 mil. “Achei muito estranho. Será que não existiam outras prioridades a não ser aquisição de som automotivo para o veículo? Então, foi isso que me levou fazer o pedido para que o Ministério Público do Trabalho se averiguasse se o dinheiro está sendo bem aplicado ou não”, comentou o advogado.

O presidente do Sintricom, Gilson Brito Frazão, disse que não tinha conhecimento dessa nova investigação, mas afirmou estar tranquilo quanto essas denuncias. Ele disse que esse descontentamento por parte de alguns trabalhadores pode estar relacionado ao fato do Consórcio UFN 3 ter cortado a Participação de Lucros e Resultados (PLR), que os operários tinham direito antes da greve ocorrida em janeiro. “Existia uma cláusula no contrato em que dizia que se houvesse greve irregular, os trabalhadores perderiam o direito na PLR. Ainda assim, conseguimos a garantia de que a partir de janeiro os trabalhadores voltem a ter esse direito”, comentou.

Ainda de acordo com o presidente, o trabalho do Sintricom não se ressume apenas aos problemas relacionados aos trabalhadores do Consórcio UFN 3. Ele informou que o sindicato é responsável por analisar a situação dos funcionários de outras empresas, não só de Três Lagoas, como de outras cidades da região do Bolsão.

A princípio, disse que não tinha conhecimento da arrecadação do Sintricon, embora, em seguida tenha informado que o sindicato arrecada aproximadamente R$ 60 mil por mês.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS