Três Lagoas está em 31º em remuneração de professores

Três Lagoas (MS) - Dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas ocupa o 31º lugar no ranking estadual da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), divulgado nesta semana.

De acordo com o Ranking Salarial do Magistério de Mato Grosso do Sul - o segundo divulgado neste ano depois de selados novos acordos salariais - atualmente os professores da Rede Municipal de Educação (Reme) recebe hoje o piso nacional R$ 1,567 mil, ficando atrás de cidades como Corumbá, líder do ranking com o melhor salário pago aos professores (R$ 2.456 mil); Campo Grande, a segunda colocada com salário de R$ 2.382 mil e Paranaíba (R$ 2.019 mil). Nos três primeiros colocados há cumprimento do um terço de hora atividade. Já em Bataguassu, quarta colocada, não há o pagamento da hora atividade, mas o salário é de R$ 1.977 mil.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Três lagoas (Sinted/TL), Maria Diogo, entre os municípios que cumprem o um terço de hora atividade, Três Lagoas passa a ocupar a 16ª posição. Mesmo assim, o resultado não agrada a classe. “O que percebemos pelo ranking é que Três Lagoas está cumprindo a lei, com o pagamento do piso nacional e hora atividade, nada mais que isso”, destacou.

Para Maria Diogo, o município deveria estar, pelo menos, entre os cinco primeiros colocados do ranking. “Se somos a capital mundial da celulose, se somos o segundo maior PIB [Produto Interno Bruto] do Estado, poderíamos ter um maior investimento no nosso magistrado. É uma discrepância muito grande. Estamos atrás de cidade, como Paranaíba, Água Clara e Ribas do Rio Pardo, onde a economia não está aquecida como a nossa. Falta uma política de valorização do professor”, completou.

A presidente do Sinted lembra que, até então, a luta da classe era pelo cumprimento do piso salarial e do um terço de hora atividade. Agora, a classe travou uma nova guerra para a valorização profissional. Um dos objetivos, segundo Maria Diogo, é fazer com que o piso nacional, hoje para 40 horas, seja para 20 horas de trabalho. “A nossa bandeira é que os R$ 1.567, ou seja, o piso nacional, seja para a jornada de meio período. Campo Grande já está quase conseguindo o cumprimento dessa meta”.

O primeiro ranking dos salários dos professores foi divulgado na Semana Nacional de Educação, em abril deste ano, e, segundo Maria Diogo, um novo deverá ser divulgado em breve, já que outros municípios ainda não selaram acordos salariais. Em comparação ao levantamento de abril, Três Lagoas caiu cinco posições – naquele mês o município estava na 26ª colocação.

O objetivo do ranking, divulgado desde 2009,  é mostrar para a sociedade quais são os municípios que mais investem no magistrado.  “Ao conhecer a realidade dos trabalhadores e das trabalhadoras do Magistério Estadual, a sociedade verá como governo e municípios valorizam aqueles e aquelas que educam nossas crianças e jovens para a vida e para o futuro. Sem a valorização da escola pública, e dos seus trabalhadores, não há desenvolvimento, por isso lançamos essa campanha do ranking salarial e as alterações são o que nós queremos, pois nossa intenção é justamente mudar a realidade que está hoje. Toda vez que necessário republicaremos e daremos divulgação”, afirma Roberto Magno Botareli Cesar, presidente da Fetems.

Os três municípios com os piores salários pagos aos professores são: Corguinho (R$ 1.214 mil), Dois irmão do Buriti (R$ 1.244,86) e Laguna Carapã (R$ 1.254,68).

Maria Diogo informou que o resultado do ranking deverá ser apresentado à prefeita Márcia Moura em reunião. O tema não estava na pauta, que visava, inicialmente, discutir assuntos relacionados à Previdência Própria, Cassems e concurso público para o segundo semestre para a educação infantil. “Mas, como surgiu esse ranking, ele também será discutido. Pretendo ir à reunião com a tabela nas mãos”, completou. O agendamento da reunião foi solicitado pelo Sinted nesta semana e ainda aguarda confirmação de data e horário.