Por falta de dinheiro, dez cidades de MS cancelam o Carnaval
Contenção de despesas, medida de economia, racionalização dos gastos. Mudam as palavras, mas o motivo é um só para que pelo menos 11 prefeituras de Mato Grosso do Sul tenham decidido cancelar as festas de carnaval este ano: falta de dinheiro.
A maioria enfrenta redução na arrecadação e queda nos repasses do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e, mesmo tendo encerrado 2014 com as contas equilibradas, os prefeitos justificam a medida por conta de prioridades como os investimentos em saúde e educação.
A prefeitura de Nova Alvorada do Sul - a 120 Km de Campo Grande, por exemplo, ao informar o cancelamento do Carnaval, anunciou que pretende contratar “aproximadamente150 profissionais na área de educação para atender mais de 3.500 alunos”, além de construir três salas de aula e um laboratório de informática.
Em Bonito, o dinheiro que seria gasto com a festa popular deverá ser investido na reforma da gruta do Lago Azul e na compra de um ônibus para transporte de paciente atendidos pela Secretaria Municipal de Saúde, segundo anunciou a prefeitura.
Já em Dois Irmãos do Buriti, a crise vem sendo sentida não tanto pela redução da receita, mas pelo aumento das despesas. “A folha da Educação subiu 14%, enquanto a receita cresceu menos de 5%”, explicou o prefeito Wlademir de Souza Volk, que lamentou o cancelamento da festa.
As cidades que confirmaram a decisão de cancelar o Carnaval 2015 são: Amambai, Angélica, Aquidauana, Bonito, Brasilândia, Cassilândia, Chapadão do Sul, Dois Irmãos do Buriti, Ivinhema, Nova Alvorada do Sul e Vicentina.
A prefeitura de Anaurilândia não cancelou totalmente o Carnaval, mas reduziu o evento a duas matinês no Balneário Municipal (sábado e terça-feira), que ainda dependem da liberação dos órgãos de segurança. No ano passado, o Carnaval de Anaurilândia atraiu público de aproximadamente 4 mil pessoas por noite.
No município, a redução orçamentária se deve também à queda no valor dos royalties referentes à usina de Rosana, pertencente aos Estado de São Paulo.
Segundo informou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Nilson de Sá Cavalcanti, há cerca de oito meses os repasses vem sofrendo redução e o município recebe cerca de R$ 30 mil a menos a cada mês.
Já em outros municípios, as festas de carnaval de rua promovidas pela prefeitura deixaram de ser prioridade há mais tempo. É o caso de Dourados, que pelo segundo ano não terá Carnaval Popular, e de Maracaju, que completa três anos sem a festa. De acordo com essas prefeituras, a realização de “festas grandes” de carnaval em municípios próximos, como Fátima do Sul, foi o que motivou a “desistência”.
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