Chega ao fim ocupação do câmpus da UFMS de Três Lagoas
Por determinação da Justiça, alunos do Movimento Estudantil desocuparam os campi I e II da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) de Três Lagoas, 10 dias depois de terem iniciado as manifestações contra a Medida Provisória 747 e a PEC 55 - que limitam gastos públicos -.
A decisão do juiz da 1ª Vara Federal de Três Lagoas deu prazo de 24 horas a contar de sexta-feira (11) para os alunos saírem da universidade e a decisão já foi acatada. De acordo com a diretora em exercício, Inês Francisca Neves Silva, o campus I foi desocupado durante a madrugada de sábado (12) e o campus 2 no domingo.
Na decisão consta que a desocupação do local chegou a ser definida em assembleia, com 330 votos a favor e 70 contra, mas não foi cumprida pelos alunos que permaneceram nos campi. O texto também determinou multa de R$ 1 mil e corte de água e energia elétrica do local se os alunos resistissem à determinação.
A diretora disse ainda que a instituição não compactuou, em momento algum, da ocupação e que a UFMS também é contra a Medida Provisória 747 de Reforma do Ensino Médio e a PC 55, que tramita no Senado e deve congelar por 20 anos os investimentos em saúde e educação. Contudo, não é a favor do comportamento dos alunos. “Nossos estudantes são livres para se manifestar, mas não compactuamos com om impedimento de acesso à universidade”, disse.
Durante o período de ocupação, alunos e funcionários eram impedidos de entrar na universidade. Os manifestantes abriram uma exceção apenas no período de rematrícula, depois disso o Movimento Estudantil não permitiu mais a entrada.
A ocupação gerou bastante repercussão nas redes sociais, e, na maioria das vezes, contra os manifestantes, principalmente depois que tornou público possível agressão contra o cinegrafista da TV MS Record, Odimar Moraes.
De acordo com post publicado no Facebook pelo jornalista, Rogério Potinatti, que trabalha com Odimar, um dos alunos da ocupação o empurrou com um rodo de madeira na tentativa de impedi-lo de fazer as filmagens.
“Ele foi cercado pelos manifestantes que o atacaram verbalmente com palavras de ordem. Ouviu, dentre outras coisas, 'que a imprensa não era bem vinda ali' e que 'não tínhamos autorização para filmar nada'”, publicou Potinatti.
O jornalista destacou ainda ser a favor das manifestações, porém, defende a liberdade de imprensa, o acesso livre à informação, e, principalmente, o respeito ao ser humano. “Esperamos, sinceramente, que este movimento traga frutos positivos tanto para os manifestantes, quanto para a sociedade de forma geral, mas não podemos compactuar com violência ou falta de respeito de nenhuma das partes”, destacou.
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