Economia | Com G1 | 28/01/2017 10h00

Com crise, arrecadação cai pelo 3º ano em 2016 e tem pior resultado em 6 anos

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A crise na economia brasileira e o aumento do desemprego continuaram a se refletir na arrecadação federal em 2016, que registrou recuo real pelo terceiro ano seguido. De acordo com números divulgados pela Receita Federal nesta sexta-feira (27), a arrecadação com impostos e contribuições federais registrou queda real (após abatimento da inflação) de 2,97% no ano passado, para R$ 1,28 trilhão.

Foi o valor mais baixo para um ano fechado desde 2010, ou seja, em seis anos.

“Ainda vivemos um período de recessão e esse período de recessão se reflete na arrecadação. O cenário de 2016 se deteriorou também em relação a 2015. A sociedade e o governo consumiram menos e isso se refletiu no PIS e na Cofins”, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias.

Segundo ele, o Brasil também importou menos em 2016 e isso se refletiu em uma queda de R$ 16 bilhões nos impostos cobrados sobre importações. Também houve queda nas receitas do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) por conta da desaceleração da economia e contração do crédito, disse Malaquias.

“Houve uma reversão da desoneração da folha, mas tivemos uma forte queda do emprego, o que diminuiu a receita previdenciária em R$ 14 bilhões”, acrescentou ele.

Alta de tributos e repatriação

A redução aconteceu apesar do aumento de tributos sobre computadores, smartphones, notebooks, tablets, modens e roteadores, vinhos, destilados, chocolates, sorvetes e cigarros, e também do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado na compra de dólar em espécie, do aumento da tributação sobre folha de pagamentos e do PIS e Cofins sobre gasolina e diesel.

A receita extra de R$ 46,8 bilhões obtida com a repatriação de recursos do exterior no fim do ano passado também não foi suficiente para reverter o resultado negativo. Além disso, houve em 2016 uma arrecadação extraordinária de R$ 4,64 bilhões decorrente da transferência de ativos entre empresas.

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