Geral | Com FIEMS | 05/09/2024 11h45

Senai MS e Adecoagro se unem para transformar resíduos em hidrogênio

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Na busca por uma matriz energética limpa e sustentável, o Instituto Senai de Inovação em Biomassa, localizado em Três Lagoas, realiza a pesquisa “H2filter” para o desenvolvimento de hidrogênio renovável a partir de resíduos da indústria sucroenergética. A iniciativa utiliza tecnologia alemã e tem como principal motivação a economia circular com geração de valor.

Os estudos são feitos em parceria com a Adecoagro, uma das maiores produtoras de energia renovável do mundo, e conta com financiamento da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), além de apoio técnico do Instituto alemão Fraunhofer Umsicht.

De acordo com a pesquisadora do Instituto Senai e a responsável pelo projeto, Vivian Vazquez Thyssen, o estudo busca produzir hidrogênio renovável a partir dos resíduos da indústria sucroenergética de forma eficiente e sustentável. “A ideia é aproveitar ao máximo os subprodutos do processo da Adecoagro e transformando-os em hidrogênio limpo.

As matérias-primas utilizadas para produção de hidrogênio renovável neste projeto são a palha; o bagaço; e a torta de filtro prensa, composta por resíduos solúveis e insolúveis, equivalentes ao precipitado (lodo) formado na etapa de clarificação do caldo de cana-de-açúcar.

Muito além de buscar eficiência energética em cada uma de suas operações, a Adecoagro desenvolveu seu negócio sob padrões de sustentabilidade e economia circular. “Apoiar iniciativas que resultam em novas formas de energia a partir de subprodutos de nossa produção faz parte de nossa política de investimento para transição energética”, destaca Mariano de Santis, Diretor da Adecoagro.

Tecnologia exclusiva de conversão de resíduos

A parceria técnica com o Instituto Fraunhofer Umsicht vai possibilitar a utilização de tecnologia avançadas, para aproveitamento integral dos resíduos, para conversão em hidrogênio renovável que pode ser utilizado tanto para produção de energia quanto como insumo industrial, contribuindo para a descarbonização industrial e sustentabilidade ambiental.

De acordo com João Gabriel Marini da Silva, Diretor do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, o laboratório localizado em Três Lagoas/MS conta com estrutura de conversão de biomassa residual que incorporam a tecnologia patenteada de Reforma Termo-Catalítica (TCR) desenvolvida pelo Fraunhofer UMSICHT. A inovação revolucionária tem a capacidade de gerar hidrogênio, combustíveis sintéticos e biofertilizantes a partir de diversos tipos de biomassa residual como resíduos de plantas de biogás, lodo de esgoto, resíduos de madeira, resíduos de biomassa industrial, grãos gastos, lodo de reciclagem de papel, palha, esterco de cavalo ou gado e outros resíduos agrícolas.

A pesquisadora Vivian Vazquez Thyssen ressalta que o uso da tecnologia permitirá os primeiros passos da pesquisa que consiste em uma série de testes e validações para fazer hidrogênio em um ambiente controlado em escala de laboratório. Em seguida, o processo passa por uma etapa de otimização para adequar a tecnologia para as condições regionais e o projeto será finalizado com a validação da inovação de produção do hidrogênio em escala piloto, para que no futuro a empresa atinja uma escala industrial, tornando a produção do hidrogênio renovável a partir de biomassa de resíduos da Adecoagro eficiente e viável para o mercado.

Benefícios

A geração de hidrogênio renovável a partir de resíduos do setor sucroenergético representa ganhos ambientais que incluem redução das emissões de carbono, pois se trata de uma fonte de energia limpa. “O processo contribui para a gestão mais sustentável dos resíduos gerados”, explica a doutora Thyssen.

Do ponto de vista econômico, o hidrogênio verde reduz a dependência de fontes não renováveis e contribui para segurança energética, além de gerar novas oportunidades de negócios e empregos na cadeia de valor do setor sucroenergético.

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