ALEMS | Com Agência ALMS | 29/05/2018 13h00

Bancadas debatem paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil

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A paralisação dos caminhoneiros entrou no nono dia de protestos em todo o Brasil. O assunto voltou a ser tema de debate durante sessão desta terça-feira (29), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, com discursos dos líderes de bancada.

Em nome do Bloco 2, composto pelo PMDB e PEN, o líder deputado Eduardo Rocha (PMDB) analisou que o país ainda está em crise e não seria em dois anos que o presidente Michel Temer (PMDB) iria “resolver tudo”, mas sugeriu mudanças. “A crise se arrasta há cinco ou seis anos e todos concordamos que do jeito que está não dá. Toda semana ajustando preço de combustível. O presidente cedeu e baixou o diesel em R$ 0,46, mas só por 60 dias. Prolonga isso até final do ano ao menos, para fazer o Brasil andar. Esse movimento também foi um alerta aos políticos. Temos que ouvir as vozes da população. Por que não corta 30% dos cargos políticos? Vai morrer alguém? Não vai. O Estado é uma carga muito pesada”, sugeriu.

Segundo o deputado Beto Pereira (PSDB), líder do Bloco 1, composto pelos partidos PSDB, DEM, PSB e SD, é necessário fazer um novo pacto federativo. “Desde a Constituição de 1988 mais 60% dos recursos são ‘abocanhados’ pela União. Apenas 22% ficam com os estados e pouco mais de 15% aos municípios. Essa repartição perversa faz com que hoje vivenciamos essa revolução dos caminhoneiros, que tem ressonância nacional. Precisamos repactuar isso, pois toda a vez que foram propostas reformas estruturantes, não se teve resposta do Congresso Nacional. O movimento é legítimo, mas é preciso ter responsabilidade”, ressaltou Beto.

O entendimento da Bancada do Partido dos Trabalhadores, é que estamos reféns da política internacional. “Desde que o petróleo foi posto como uma das commodities ficamos à mercê da variação do dólar. O movimento dos caminhoneiros é correto, mas é preciso entender um contexto maior, em quando o Brasil coloca o pré-sal na mão do capital externo ele tira a possibilidade de valorização interna, já que a ideia do governo anterior era investir os lucros em Educação e Saúde e deixa a Petrobras desprotegida. O petróleo sai daqui para fora, vai refinar e volta a outro preço. A política de tributos é maldosa também, pois embute todos os custos de distribuição ao consumidor pagar. Nossa saída é fortalecer a economia nacional e proteger o local”, considerou.

Aparte

Em aparte outros deputados também falaram. De acordo com o deputado Zé Teixeira (DEM) a discussão é econômica. “Estamos no debate político, mas isso é assunto de economia. Municípios falidos. O próximo presidente terá que cortar bilhões do orçamento. Também para que tanto partido?”, questionou.

Dr. Paulo Siufi (PMDB). “Tanto o governador quanto o presidente estão com as ‘canetas na mão’ e podem decidir. Depende deles fazem algo e de nós fiscalizarmos. Abaixa o diesel, mas e a gasolina e o álcool?”, ressaltou. Lidio Lopes (PEN) demonstrou preocupação com os produtos perecíveis. “Sou favorável ao movimento, mas não podemos desconsiderar que pequenos produtores estão tendo que jogar fora 30 mil litros de leite, como vi agora em Iguatemi. A cadeia produtiva está sentindo o efeito e não há como por culpa nesse ou naquele, são anos e anos de acúmulo que hoje chegou ao limite da revolta”, disse Lidio.

Para Cabo Almi (PT) é preciso chegar a um entendimento conjunto. “É importante tornar viável para que os empresários possam manter o abastecimento no país. Chegou a hora de pensar em transportes alternativos ao país, como ferrovias e o marítimo e não depender somente do rodoviário”, argumentou. Enelvo Felini (PSDB) considera a situação grave. “Temos que ser solidários, mas precisamos voltar com urgência, muitos animais estão morrendo nas rodovias e por falta de alimento. Produtos estragando”, lamentou.

Governo

O líder do Governo, deputado Professor Rinaldo (PSDB) explicou que a situação é ampla e atinge muitos municípios. “É difícil aos prefeitos entenderem que 64% de tudo o que arrecadam tem que ir para a União para depois ficarem com o pires na mão pedindo investimento. O país precisa de uma distribuição mais igualitária sim, mas quero lembrar a que quando o Governo do Estado reduziu a alíquota do diesel de 17% para 12% viram que o consumo não aumentou e financeiramente não compensou deixar de arrecadar esse imposto, sendo que não foi refletido na bomba a redução”, considerou.

Rinaldo estavam lembrando da atuação da Comissão de acompanhamento do combustível, criada após CPI do Combustível ser realizada na Casa de Leis. O então presidente da Comissão era o deputado Paulo Corrêa (PSDB), que também explicou o assunto. “A Secretaria de Fazenda nos mostrou os dados que não havia compensado. O desconto não chega ao consumidor e por isso não compensa abrir mão da receita, pois vimos que no meio do caminho o lucro fica retido – reveja clicando aqui. Agora, os caminhoneiros precisam voltar. O Comando Militar do Oeste foi aos protestos garantir a saída dos que querem levar suas cargas. Muitas vezes são autônomos e não conseguem sair sem pressão dos demais”, disse.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (PMDB) convocou todos os deputados para ao término da sessão ordinária seguirem para a sede da Governadoria para se reunirem com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para debaterem medidas estaduais para Mato Grosso do Sul. Acompanhe o resultado da reunião logo mais em reportagem no site da Assembleia Legislativa.

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