Deputados repercutem consequências da paralisação de caminhoneiros
A alta do preço do combustível e a recente paralisação dos caminhoneiros foram discutidas pelos parlamentares da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (24). Durante a sessão ordinária, os deputados enumeraram as consequências do movimento e propuseram reuniões para que sejam tomadas medidas a fim de reverter o quadro.
“Recebi ligações de produtores rurais afirmando que a ração dos animais está racionada a 30%, porque o alimento não está chegando. Mais de 500 mil animais estão passando fome em Ivinhema. Precisamos fazer um debate para encontramos uma solução para essa paralisação e também para o preço do combustível, principalmente do óleo diesel, que hoje se assemelha ao da gasolina. Infelizmente temos que fazer isso na dor, quando todos estão sendo afetados”, destacou o deputado Renato Câmara (PMDB). O parlamentar ainda afirmou que as medidas para a situação não devem vir somente do âmbito federal. “O problema é local e precisamos urgente de um encontro com o governo do Estado. Essa Casa vai fazer os pedidos necessários solicitando que nossas lideranças possam articular esse diálogo”, afirmou.
O deputado Enelvo Felini (PSDB) também apoiou a reunião. “Eu peço que isso aconteça, no máximo, até a próxima segunda-feira. Recebi a informação de que em Sidrolândia mais de 500 caminhões estão parados com carga viva. Os frigoríficos deixaram de abater hoje. Se até segunda não tiver uma solução, isso vai afetar também os hospitais, aeroportos, restaurantes”, enfatizou. O parlamentar afirmou que essa não é uma questão atual e relembrou os protestos de caminhoneiro em 2015.
Prejuízo para todos – Apesar das consequências da paralisação, o deputado Cabo Almi (PT) defendeu os protestos dos caminhoneiros. “O movimento é oportuno e necessário por conta da situação vivida no país por todos nós, essa falta de comando do Governo Federal. Temos que ser solidários, porque o preço do diesel também importa aos produtores rurais, não podemos continuar dividindo os setores, pois o prejuízo é para todos”, ressaltou.
O deputado Amarildo Cruz (PT) também questionou as políticas implementadas pelo governo sobre o preço do combustível. “Nos últimos dois anos, tivemos 69% de aumento dos valores. Entre 2003 e 2015, o aumento foi apenas de 28%. Essa foi uma decisão política, na época, de não repassar o valor total dos reajustes ao consumidor, mas não é o que vemos hoje. Essa paralisação vai refletir muito em todos os setores”, disse.
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